1981
América Futebol Clube (PE)
Caruaru
Central SC
Estádio Pedro Victor de Albuquerque
Memórias Esmeraldinas
Taça de Prata
MEMÓRIAS ESMERALDINAS: Central 0x1 América em janeiro de 1981
O Campeonato Brasileiro de 1981
com certeza foi uma edição que causa boas recordações ao torcedor do América,
principalmente dos jogos realizados em Jaboatão. Neste ano tivemos a posse do
presidente norte americano, Ronald Reagan, o atentado ao Papa João Paulo II
promovido pelo terrorista turco Nehmet Ali Agca, a eleição de Hosni Mubarak
como presidente do Egito e Rondônia deixava de ser um território para se tornar
um estado brasileiro. Nascia a cantora e atriz norte americana Brithney Spears
e o jogador de futebol argentino Lucho Gonzalez (campeão português pelo FC do
Porto em 2012/13). Faleciam Robert Montgomery, ator de vários filmes da Terra
do Tio Sam como “Our Brushing Brides”
de 1930 e “Lady in The Lake” de 1947,
o cantor jamaicano Bob Marley (autor do álbum “Exodus” de 1977) e o ex-presidente do Brasil entre 1922 e 1926, Arthur
Bernardes, que governou praticamente sob estado de sítio e devido a suas decisões,
muito descontentou as oligarquias agrárias de menor influência, como a do Rio
Grande do Sul que aliadas a setores do
exército promoveram várias revoltas como a Revolta do Forte de Copacabana e a
Coluna Prestes.
Folha esportiva do Diário de Pernambuco de 11/01/1981 informando sobre a partida entre América e Central em Caruaru |
Em 11 de janeiro de 1981, o
América Futebol Clube do Recife fazia a sua estreia no campeonato nacional
(Taça de Prata) e a partida seria fora de casa, contra um tradicional
adversário, o Central Sport Club de Caruaru. Pelo mesmo grupo o Náutico jogaria
contra o ABC em Natal, o Confiança de Sergipe jogaria no agreste alagoano
contra o ASA e o Botafogo da Paraíba faria em João Pessoa, o clássico contra o
Treze de Campina Grande. O presidente Lamartine Távora estava muito
entusiasmado com clima favorável ao clube alviverde e declarava que o time estava
apto para conquistar uma vaga na Taça de Ouro e se juntar aos grandes clubes do
país. Citava que mandar seus jogos no Estádio Jefferson de Freitas em Jaboatão
e ter o comércio, a indústria e a população a favor, é algo que consolida um
processo de estruturação do clube da Estrada do Arraial e que isso a ajudaria a
recolocar o América, no auge como ocorreu nos anos 1920 e 1930.
Diário de Pernambuco destaca a importância da partida para o time "Patativa do Agreste" |
Segundo o próprio Lamartine
Távora, a primeira crise no clube surgiu depois da perda do Estádio da Jaqueira
no fim dos anos 1930, o que levou os irmãos Moreira (Rubem, José e João) a não
medirem esforços para soerguer o clube e o resultado veio em 1944, quando
levantou o seu último título de campeão pernambucano, com um time possuidor de
um estilo de jogo, que lembrava o Arsenal de Londres. Outra crise econômica
surgiu até que em 1957 os americanos José Lobo, Otávio Dias e Urgulino
Rodrigues conseguiram colocar o trem esmeraldino de volta aos trilhos e agora
no começo dos anos 1980, a iniciativa de levar o América para Jaboatão, era
mais uma tentativa de levantar o clube de Casa Amarela.
Ilustração de Central x América em janeiro de 1981 pela Taça de Prata |
No clube centralino também era
grande a empolgação pela estreia, uma vez que o treinador Jair Bala comandaria
pela primeira vez a sua equipe do banco de reservas. Se por um lado o jogador
novato Luis Valença não jogaria devido a uma contusão adquirida no último
treino, o lateral Anildo (ex- Bahia e Alecrim/RN) estava confirmado na Patativa
do Agreste. Jair Bala apontava que poderia se achasse preciso, realizar durante
a partida a entrada dos novos contratados, Maneca e Sérgio Peres que ainda não
estavam 100% aptos fisicamente e seriam apenas opções eventuais. O zagueiro
Alexandre (ex-América) era considerado um dos melhores do futebol pernambucano
e não escondia a satisfação de rever velhos amigos, mas que lutaria muito em
prol de uma vitória para o alvinegro caruaruense.
Gil do Central (à esquerda) tenta vencer a muralha defensiva do América |
Naquele domingo as 16:30h o
árbitro Oséas Gomes, auxiliado por Edson da Hora e Abelardo Lucena, autorizou o
início da partida Central x América no Estádio Pedro Victor de Albuquerque
(hoje Luis Lacerda) e o que se viu foi uma partida bem equilibrada, com várias
chances de gol nos dois lados. Perto da metade do primeiro tempo, o meio
campista Givaldo do América recebeu a bola na entrada da grande área e chutou
indefensável para o goleiro centralino. É GOL DO AMÉRICA! CENTRAL 0X1 AMÉRICA.
Na segunda etapa de jogo, o Central foi para cima e sufocou o “The Green Team”
que soube através das orientações do treinador Jálber Carvalho, em vários
momentos afastar o perigo de gol iminente do clube alvinegro. O América com
galhardia segurou o resultado e estreou na Taça de Prata de 1981 com uma
importante vitória, que lhe daria muita confiança para os jogos seguintes.
Diário de Pernambuco destacou que vitória do América foi "zebra" |
A rodada foi completada com os
jogos ABC 2x2 Náutico, ASA 0x1 Confiança e Botafogo/PB 2x0 Treze e o América
dividiria a segunda colocação ao lado dos azulinos de Aracaju e já estavam de olho
no jogo de quarta feira contra o Treze em Campina Grande, outra pedreira pela
frente dos americanos, mas Treze x América, fica para uma futura publicação das
Memórias Esmeraldinas. As equipes do jogo Central 0x1 América em 11 de janeiro
de 1981 estavam assim escaladas:
Jorge Hipólito;
Anildo,
João Corrêa, Alexandre e Batista;
Silvinho, Marcos Décio e Paulinho;
Porto,
Guiga e Gil.
AMÉRICA:
Batista;
Gonçalves,
Nilo, Williams Rocha e Escada;
Givaldo, Valmir e Marcos Costa;
Edson, Agnaldo e
Régis.
Luiz Valença era meu tio. Faleceu em 2013.
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