MEMÓRIAS ESMERALDINAS: Sergipe 0 x 4 América em abril de 1950

Em 1950 nasciam o cineasta norte-americano Jonh Landis (diretor do filme “Um Lobisomem Americano em Londres” de 1981), o jogador polonês Grzegorz Lato (artilheiro da Copa de 1974), a cantora estadunidense Natalie Cole (conhecida por músicas como “Dangerous” de 1985 e “Snowfall on the Sahara” de 1999), o cantor Fernando Mendes (autor de “Cadeira de Rodas” de 1975 e “A Menina da Calçada” de 1976), o treinador José Carlos Serrão (campeão brasileiro de 1977 (como jogador) e de 1986 (como técnico), com o São Paulo F. C.), o treinador Nelsinho Baptista (campeão da Copa do Brasil de 2008 com o Sport), o ex-jogador Ramon (campeão pernambucano de 1973 com o Santa Cruz) e Dedeu (campeão pernambucano de 1974 com o Náutico). Faleciam naquele ano Sidney Pullen (1° estrangeiro a vestir a camisa da Seleção Brasileira em 1916, ano em que foi campeão carioca pelo Flamengo), Albert Lebrun (presidente da França entre 1932 e 1940) e Ismael Alvariza (primeiro jogador fora do eixo RJ-SP a servir à seleção, em 1920, ano em que atuava pelo Brasil de Pelotas/RS). Foi o ano em que Recife sediou a partida Chile x Estados Unidos pela Copa do Mundo e ano do centenário do fim da revolução praieira, movimento federalista e liberal ocorrido em Recife.

O campeonato pernambucano de 1950 tinha o início previsto para o mês de maio e o América faria sua estreia no dia 21 contra os tricolores do Santa Cruz. Numa tentativa de ajustar a equipe para a disputa do certame, o elenco alviverde realizou uma excursão ao estado de Sergipe no mês de abril a fim de disputar vários amistosos. No dia 16 de abril de 1950 (exatamente três meses antes da famosa derrota do Brasil para o Uruguai) o “Mequinha” enfrentou o Clube Sportivo Sergipe (campeão sergipano de 1943) no Estádio de Aracajú, que ainda possuia cheiro de novo, pois sua construção findou em 1944. O então, Estádio de Aracajú viria em 1968 a passar por grandes reformas, para se chamar em definitivo de Estádio Lourival Batista (Batistão), a mais importante praça esportiva do referido estado.

Ilustração de Sergipe x América (PE) no Estádio Lourival Batista (Batistão)
em Aracaju (SE) em amistoso mo ano de 1950
Quando o árbitro, o Sr. Manoel Felizardo do Nascimento (Pirricha) apitou o início do jogo, o bom público presente pôde ver em campo a ótima atuação da equipe campeã pernambucana de 1944, que se mostrou bastante ofensiva desde os primeiros minutos. A partida seguia equilibrada até que aos 17 minutos de jogo, o jogador alviverde Valeriano, acertou um belo chute contra o gol do goleiro Juquinha do Sergipe para inaugurar o placar no Estádio de Aracajú. É GOL DO AMÉRICA! SERGIPE 0X1 AMÉRICA. Os alvirrubros procuram reagir e levaram perigo ao gol do goleiro Amauri, entretanto, o esquema tático do clube sergipano desmontou-se quando o americano Guilherme, num forte chute marcou o segundo gol da partida. É GOL DO AMÉRICA! SERGIPE 0X2 AMÉRICA. Quando o público presente ao estádio ainda discutia sobre as possibilidades do Sergipe de reverter o resultado negativo que se instaurava, o atacante Amaro do América aproveitando uma falha do zagueiro Orlando, aos 40 minutos chutou cruzado e indefensável contra a meta para ampliar a vantagem. É GOL DO AMÉRICA! SERGIPE 0X3 AMÉRICA. A partir de então o torcedor presente já estava conformado em apenas ver uma grande partida de futebol, vista a grande qualidade técnica do quadro pernambucano que ainda voltaria a marcar. No intervalo o Sergipe realizou três alterações, que foram as entradas de Tutu no lugar de Orlando no setor defensivo e as entradas de Pagé e Jaime nos lugares de Nou e Piloto no setor ofensivo. Os pernambucanos também mudaram e apareceram Paraguaio (que entrou no lugar de Juarez), Julinho (que entrou no lugar de Guilherme) e Euclides (no lugar de Amaro), todos atacantes.

No segundo tempo brilhou a estrela do atacante Julinho, que só precisou de sete minutos de jogo para ampliar a vantagem do campeão do centenário, num chute de fora da área para vencer o goleiro alvirrubro. É GOL DO AMÉRICA! SERGIPE 0X4 AMÉRICA. A equipe verde e branca pernambucana recuou e chamou o Sergipe para o jogo, que atacou fortemente com Zé Lito e Labordi, mas o goleiro Amauri estava atento em todos os lances e segurou os ataques dos sergipanos até o final da partida. O público presente foi responsável por uma renda de 20.995 cruzeiros e as equipes estavam escaladas da seguinte forma:




SERGIPE:
Juquinha;
Abc e Orlando;
Wilson, Mamede e Zé Leite;
Zé Anun, Labordi, Piloto, Nou e Zé Lito.

AMÉRICA:
Amauri;
Cido e Procópio;
Decadela, Dequinha e Astrogildo;
Juarez, Guilherme, Artur, Valeriano e Amaro.






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