1946
América Futebol Clube (PE)
Memórias Esmeraldinas
Portuguesa de Desportos
MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 2x2 Portuguesa, em 1946 (1ª PARTE)
Por BRUNO BARROS
No começo do ano de 1946 a Associação Portuguesa de Desportos visitou o estado de Pernambuco para a disputa de alguns amistosos. Entre os combates, vamos destacar aqui o jogo contra o América que terminou empatado em dois gols para cada lado. Em sua primeira página esportiva o Diário de Pernambuco trouxe em 10 de janeiro de 1946 a seguinte manchete: “Portuguesa e América, hoje – Surgem os americanos como uma séria ameaça ao cartaz da mais perfeita equipe do sul do país”.
Capa da folha esportiva do Diário de Pernambuco em 10 de janeiro de 1946: dia da partida. |
A
Portuguesa vinha de uma boa participação no Paulistão-1945 no qual terminou em
4° lugar atrás apenas do São Paulo (campeão), do Corinthians e do Palmeiras. O
América convidou o Sr. João Etzel da Federação Paulista de Futebol para
arbitrar a partida, por confiar plenamente na imparcialidade e competência
deste, para o serviço ao qual estava designado. A partida América x Portuguesa
seria a segunda do clube paulista em solo pernambucano e aconteceu numa noite
de quinta feira no Estádio dos Aflitos sob os olhares de um bom público
presente.
Na
terça feira dia 8 à noite, o quadro da Portuguesa fez um breve reconhecimento
do gramado e de adaptação à luz fraca dos refletores dos Aflitos com um treino
leve sob a direção do treinador Conrado Ross, que afirmou ter apenas uma dúvida
em relação à equipe que venceu na estreia, que era a entrada de Capelozzi ou de
Reginaldo no ataque de sua equipe. Trajano de Freitas, diretor de futebol da
Portuguesa, enalteceu o bom estado do gramado e afirmou que era propício para a
realização de uma grande partida de futebol.
Nota do Diário de Pernambuco no dia da partida. |
A
partida anterior contra o Sport fez a torcida pernambucana ver o brilho do
conjunto rubro-verde com destaque para os atletas Pinga, Renato, Luizinho e
Nino que mostraram um futebol-categoria de encher os olhos do público presente
no último domingo. Havia um clima de bastante expectativa acerca do confronto
entre americanos e lusos, que ainda tinha uma pitada a mais de atração à
torcida que era o confronto do ótimo goleiro Caxambú contra o melhor quinteto
de ataque do futebol pernambucano no momento, formado por Zizinho, Julinho,
Djalma, Dengoso e Oseas. Uma peça fundamental neste magnífico setor de ataque
era o jovem Edgard, que em uma partida defendendo a Seleção Pernambucana contra
a do Rio Grande do Sul, marcou o gol da vitória do quadro nordestino em pleno
Estádio do Pacaembú em São Paulo, lhe rendendo muitos elogios por parte do
cronista do jornal “O Esporte”, Pimenta Neto, que lhe apelidou de “O
Arquiteto”.
O Diário de Pernambuco um dia antesafirma não haver problemas do América para a partida. |
Ao
clube esmeraldino foi lançado um “compromisso de responsabilidade”, no qual a
equipe era orientada a se esforçar ao máximo, de modo a honrar as cores não só
do clube, mas também as do estado de Pernambuco, bem como gerar uma expressiva
satisfação em seus fãs de todo o Nordeste, não se deixando abater de forma
fácil pelos visitantes. Muitos pensavam que o triunfo era impossível, em
virtude da reconhecidamente superioridade tecnica e física dos atletas da
Portuguesa de Desportos, porém, estes se esqueciam de que em campo haveria onze
homens de um lado e também onze do outro. Os atletas incumbidos de apresentar
um futebol honrado em face a superioridade dos adversários, deveriam ter em
mente que haveriam fatores como clima, torcida e gramado a favor do América.
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