Campeão do Centenário, título histórico conquistado pelos alviverdes em 1922

Texto retirado do quinto fascículo do "Paixão Traduzida em Cores" do Diário de Pernambuco, publicado em 11 de Maio de 2009:
Jogos interrompidos pelos mais diversos motivos, principalmente pelo fato de o campo ter ficado escuro, como o clássico América x Sport da primeira rodada, que terminaria decidindo o campeonato; jogos anulados, como o que envolveu o Torre e o novato Equador; entrega de pontos – Equador, Santa Cruz ao Sport, e Peres ao Náutico; jogo não realizado, devido ao desinteresse dos dois clubes – Flamengo e Santa Cruz – após adiamento provocado pelas chuvas, que caíram intensamente. Tudo isso marcou o Campeonato Pernambucano de 1922, disputado sob intenso inverno. O Senhor Inverno, que duas décadas mais tarde, durante a segunda Guerra Mundial, terminaria provocando o fracasso das tropas de Hitler na sua incursão pela União Soviética, deu as cartas no nosso campeonato, só que em proporções bem menores, justamente no ano em que o Brasil comemorava o centenário do Grito do Ypiranga. O campeonato foi disputado em um turno único. Assim, tivemos apenas os jogos de ida. Mais uma vez, Sport e América surgiam como candidatos ao título de campeão. Os rubro-negros pretendiam interromper a marcha de seu maior rival, que buscava o segundo bicampeonato. A Liga já tinha instituído o sistema de dois ou mais jogos por rodada. Logo de saída, Náutico x Centro Peres deixou de ser disputado por causa do mau tempo. Tendo sido marcada para outra data, a partida terminou não sendo realizada porque o Peres entregou os pontos. Vitória do Náutico, portanto, por WO. No mesmo dia, 7 de maio, o América estava derrotando o Sport pela contagem de 2 x 1, tendo sido o encontro suspenso por falta de iluminação. Na época invernosa, como ainda acontece hoje, escurece mais cedo nesta região, e os campos ainda não tinham iluminação artificial. A direção da Liga determinou que os oito minutos restantes fossem disputados mais adiante, depois do cumprimento da tabela. Assim, rubro-negros e alviverdes voltaram a campo em 19 de novembro. Loca, Jaqueira, chamado de América Parque, onde a partida estava sendo disputada ao ser interrompida. Embora estivesse programado apenas um restinho de jogos, um grande publico compareceu. É que estava em cena o pomposo título de Campeão do Centenário. O América, que sofrera uma derrota em meio à sua jornada, ao perder para o Torre por 1 x 0, chegava àquele momento, com 10 pontos ganhos, enquanto o Sport tinha 11, sem incluir, é claro, os pontos daquela partida, que os americanos estavam ganhando por 2 x 1. Foram instantes dramáticos. O Sport lançou-se furiosamente ao ataque. Se conseguisse pelo menos empatar o jogo, ficaria com 12 pontos, e deixaria o gramado festejando a conquista de mais um título. Já o América defendia-se com unhas e dentes, uma vez que se o placar fosse mantido, passaria a somar 12 pontos e levantaria a taça, pois o Sport permaneceria com 11. E foi o que ocorreu. Final de jogo, vitória do América por 2 x 1. A torcida do América fez muito barulho na comemoração da conquista que ainda é lembrada, quando a imprensa refere-se ao clube como o Campeão do Centenário.
América Futebol Clube (Foto: da esquerda para direita): Romulo, João Batista, Faustino, Oscar, Lindolpho, Henrique, Luiz Selva, Manoel, Fernando, Fábio, José Tasso, Arthur, Carlos Lapa e Jorge Tasso.
América 2 x 1 Sport Data: 07/05 Local: América Parque, Jaqueira Árbitro: Gastão Bittencourt Gols: Araújo (2) – América e Péricles – Sport América Futebol Clube (Campeão): Nozinho; Rômulo e Cunha Lima; Lindolpho, Licor e Faustino; Meirinha, Fabinho, Zé Tasso, Juju e Matuto. Sport Club do Recife (Vice-campeão): Mário Franco; Alarcon a Chakmers; M. Paranhos, Jack e Pedro Sá, Mathias Adour, Benedicto, Geraldo Bastos, Péricles Caldas e Aluísio Caldas. Equipes dos oito minutos finais, em 19/11: América Futebol Clube: Leça, Rômulo e Faustino; Lindolpho, Licor e Zizi; Meirinha, Fabinho, Zé Tasso, Juju e Matuto. Sport Club do Recife: Mário Franco; Alarcon a Chakmers; Mathias Adour, Benedicto e Pedro Sá; Baltar. Hardy, Péricles Caldas, Walker e Aluísio Caldas. Campanha do América: 07/05 América 2 x 1 Sport (Jaqueira) Obs.: jogo suspenso, faltando oito minutos para o término. Concluído em 19/11, o placar se manteve inalterado. 21/05 América 4 x 0 Peres (Jaqueira) 04/06 América 2 x 1 Náutico (Jaqueira) 23/07 América 3 x 1 Equador (Jaqueira) 06/08 América 0 x 1 Torre (Jaqueira) 22/10 América 2 x 1 Santa Cruz (Jaqueira) 05/11 América 4 x 2 Flamengo (Jaqueira)

3 comentários:

  1. E pensar que o glorioso América já foi um dos melhores times do nordeste e até mesmo do Brasil e hoje passa por dificuldades tão grandes que nem seu passado é capaz de restautar o nome deste grandioso e simpatico clube da capital pernambucana.

    Manuel Frasciso Savóia

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  2. Unidos, mudaremos a história deste clube. Este "Gigante Adormecido" voltará ao seu lugar de origem que é a elite do futebol pernambucano.

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  3. Eu me emociono com historia de um dos mais tradicionais clube do futebol nacional. E vou mais longe, unidos não só levaremos o america pera a elite do futebol pernanbucano como colocalo na evidencia nacional Viva o mequinha!

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