1945
América Futebol Clube (PE)
Amistoso
Estádio Arthur Morais
Estádio da Graça
Galícia Esporte Clube
Memórias Esmeraldinas
MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 2x1 Galícia da Bahia em março de 1945
Nascia este ano a atriz suiça
Marthe Keller (atriz nos filmes “Maratona
da Morte” de 1976 e “Fedora” de
1978), o ator norte-americano Stephen Martin (ator nos filmes “A Pantera Cor de Rosa 2” de 2009 e “O Sargento Trapalhão” de 1996), o
ex-jogador Zé Carlos (campeão da Taça Libertadores de 1976 com o Cruzeiro e
campeão brasileiro de 1978 com o Guarani), o treinador romeno Mircea Lucescu
(campeão da Supercopa Europeia de 2000 com o Galatasaray/TUR e da Copa da UEFA
de 2009 com o Shakhtar Donetsk/UCR) e o cantor inglês Ian Gillan (vocalista da
banda de rock Deep Purple). Falecia o cineasta norte-americano Mark Sandrich
(dirigiu filmes como “Dance Comigo”
de 1938 e “Legião Branca” de 1943), o
poeta Mário de Andrade (Autor dos livros “Pauliceia
Desvairada” de 1922 e “O Carro da
Miséria” de 1947), o matemático russo Boris Galerkin (publicou trabalhos
sobre soluções de equações diferenciais) e o ex-jogador húngaro Alfred Schaffer
(vice-campeão mundial de 1938 com a seleção da Hungria). Na música os sucessos
foram “Aquela Mulher” com Nélson
Gonçalves, “Brigamos Outra Vez” com
Orlando Silva, “Penerou Xerem” com
Luiz Gonzaga e “Izaura” com Francisco
Alves.
Ainda carregando ou louros da
conquista do título de campeão pernambucano de 1944 na cabeça, o América
acertou com o clube baiano Guarani de Salvador, uma excursão à Bahia a fim de
realizar algumas partidas amistosas e obter certo lucro com isso. A viagem para
Salvador também tinha o propósito de preparar fisicamente a equipe que em pouco
mais de um mês, estrearia no campeonato pernambucano de 1945 contra os
alvinegros do Flamengo, em busca de um possível terceiro título de bicampeão. Depois
de alguns dias de viagem de navio, o esquadrão americano aportava em Salvador e
no dia seguinte, o time, distante pouco mais de 800 km de casa, fazia a sua
primeira partida em solo baiano nesta excursão e o adversário seria o Galícia
Esporte Clube, o clube da colônia espanhola. Vice-campeões baianos de 1944 e
tricampeões de 1943, o Galícia era até então o melhor time baiano da década,
gozando com isso de enorme prestígio no âmbito esportivo local e antes da
partida contra o América do Recife, haviam jogado de forma amistosa contra o
Fluminense/RJ, vice-campeão carioca de 1943, partida esta que terminou
empatada.
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Ilustração de América x Galícia da Bahia no Estádio Arthur Morais (Estádio da Graça) em Salvador em 11 de março de 1945 |
No domingo, 11 de março de 1945,
enquanto a Europa vivia o último semestre da Segunda Guerra Mundial, os
alviverdes pernambucanos entravam no campo do jogo, o Estádio Arthur Morais (Estádio
da Graça), para o duelo bastante esperado contra o Galícia. O público
comparecia em grande número, lotando as arquibancadas de torcedores que
aguardavam de forma ansiosa o confronto entre os melhores clubes dos dois mais
pujantes estados do nordeste brasileiro. A bola rolou no Estádio da Graça após
o apito do Sr. Duarte Correa, árbitro da partida, e os americanos procuraram
mostrar que não eram campeões estaduais à toa. Aos 5 minutos, o América atacou
com Pedrinho, que tocou a bola para Oséas finalizar forçando o goleiro Nova a
espalmar a bola para fora. Com 15 minutos, mais uma vez o América atacou, mas,
desta vez com Capuco, que driblou o zagueiro Carapicú e tocou para Julinho
bater sobre as traves do goleiro do Galícia. Só aos 25 minutos, foi que os
baianos assustaram o goleiro Leça, em virtude de uma boa jogada iniciada nos
pés do meia Fala Baixinho, que cruzou uma bola rasteira para o atacante
Novinha, porém, a bola passou à direita das traves. O América era bem superior
ao adversário no primeiro tempo e numa arrancada em velocidade pelo meio campo
através de Rubem aos 35 minutos, a bola foi lançada para Edgar, que chutou
forte para o goleiro Nova do Galícia fazer outra boa defesa. A pressão do
América só daria resultado aos 40 minutos, quando numa bela jogada de Valdeque
a bola sobrou para Zezinho, que livre de marcação abriu o placar no Estádio da
Graça. É GOL DO AMÉRICA! GALÍCIA 0X1 AMÉRICA e sem mais lances de perigo de gol,
terminou o primeiro tempo.
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Jornal Pequeno de 13 de março de 1945 |
Após o intervalo, o Galícia
voltou bem melhor e equilibrou as ações do jogo. Aos 8 minutos, o meio-campista
Nouca avançou em velocidade e tocou para o atacante Louro, que da entrada da
grande área chutou no canto esquerdo de Leça, mas, o “magrelo” com a agilidade
já conhecida de anos, pulou e evitou o gol de empate dos baianos. Numa bola
rebatida por Galego na zaga americana, com 15 minutos, a bola sobrou para
Valdeque, que passou por Walter e tocou à esquerda do goleiro Nova assustando a
torcida soteropolitana.
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Nota do Jornal Pequeno de 13 de março de 1945 destacando a vitória do América do Recife na estreia da temporada em salvador-BA contra o Galícia |
O Galícia perdeu outra boa chance aos 20 minutos quando
o atacante Curto recebeu a bola de Novinha e disparou o míssil, todavia, Leça
mais uma vez fez grande atuação. As coisas seguiam normais até que
o meia Rubem do América após uma dividida de bola com o atacante Isaltino do
Galícia, cai de mau jeito no gramado e sofre uma fratura na clavícula, sendo
então retirado de campo e deixando o América com dez jogadores em campo. Os
“Granadeiros da Cruz de Santiago” foram para cima e deixaram vazios no setor
defensivo e num deles, o América infiltrou-se com Oséas, que cruzou a bola para
Valdeque bater no canto do goleiro Nova e aumentar a vantagem aos 30 minutos. É
GOL DO AMÉRICA! GALÍCIA 0X2 AMÉRICA e a graça no Estádio Arthur Morais estava
com os pernambucanos. Quando a partida já estava para ser encerrada, aos 45
minutos, o atacante Novinha passou a bola para Cacuá, que se livrou da marcação
de Lucas e bateu para estufar as redes de Leça. GALÍCIA 1X2 AMÉRICA e um minuto
depois, o Sr. Duarte Correa apitou para encerrar o jogo e o América triunfou
mais uma vez. A renda da partida somou a importância de 32.350 cruzeiros e os
atletas foram os seguintes:
GALÍCIA/BA:
Nova;
Baiano e Carapicú;
Walter, Fala Baixinho e Nouca;
Louro, Curto, Cacuá, Novinha e Isaltino.
AMÉRICA:
Leça;
Galego e Lucas;
Pedrinho, Capuco e Rubem;
Zezinho,
Julinho, Valdeque, Edgar e Oséas.
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