1951
Aflitos
América Futebol Clube (PE)
Amistoso
Madureira/RJ
Memórias Esmeraldinas
MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 1x1 Madureira/RJ em abril de 1951
Jornal Folha da Manhã do Recife de 12 de abril de 1951 destacando América x Madureira. |
Em 1951 nasciam o ator
norte-americano Joe Pantoliano (ator nos filmes “Matrix” de 1999 e “Demolidor
– O Homem sem Medo” de 2003), o ex-ator Ariel Coelho (ator em filmes como “Índia, A Filha do Sol” de 1982 e “Brás Cubas” de 1985), o ex-jogador
holandês Johnny Rep (tricampeão da Liga dos Campeões da UEFA com o Ajax
Amsterdã em 1973 e vice-campeão mundial de 1974 com a Seleção Holandesa), o
ex-jogador escocês Kenny Dalglish (campeão da Liga dos Campeões da UEFA com o
Liverpool em 1984), o ex-jogador Gilberto Sorriso (campeão paulista de 1975 com
o São Paulo e de 1978 com o Santos), o músico norte-americano Brad Delp
(ex-vocalista da banda de rock Boston), o músico irlandês Brian Downey
(ex-baterista da banda de rock Thin Lizzy), o treinador Fito Neves (treinador
do Sport em 1999 e do Santa Cruz em 2008), e os cantores Amado Batista (natural
de Goiás) e Roberto Leal (português radicado no Brasil). Faleciam o ex-jogador
gaucho Candiota (campeão carioca de 1927 com o Flamengo), o ex-jogador belga
Pierre Braine (defendeu a Bélgica na Copa de 1930) e o produtor cinematográfico
Val Lewton (produtor nos filmes “O Sangue
da Pantera” de 1942 e “A Sétima
Vítima” de 1943). Na música, os sucessos ficavam por conta de “Adeus Maria Fulô” com Os Mutantes, “Afinal” com Os Cariocas, “Estrada de Canindé” com Luiz Gonzaga, “Vingança” com Lupicínio Rodrigues e “Palhaço” com Nélson Cavaquinho.
Folha da manhã de 12/04/1951 destaca a partida |
Preparando-se para a disputa do
campeonato pernambucano contra o Santa Cruz em agosto, o América acertou um
amistoso interestadual a se realizar no dia 12 de abril de 1951 no Estádio dos
Aflitos contra o Madureira Esporte Clube do Rio de Janeiro, então capital
federal. No clube pernambucano a expectativa era sobre a possível estreia de
dois atletas contratados junto ao futebol carioca e paraibano. Eram o atacante
baiano Hamilton, vindo do Clube de Regatas Flamengo/RJ e o zagueiro paraibano
Botinho, oriundo do Botafogo de João Pessoa.
Ilustração de América x Madureira em amistoso interestadual em 12/04/1951 no Estádio dos Aflitos em Recife |
Os tricolores cariocas queriam uma
revanche, pois, ainda não haviam engolido a derrota sofrida por 4x2 um ano
antes, também no Estádio dos Aflitos. Depois de vencer Santa Cruz e Sport e de
empatar com o Náutico, o Madureira sucumbiu diante da magistral categoria dos
atletas esmeraldinos. Enquanto os americanos tinham sido vice-campeões pernambucanos
em 1950, o Madureira havia sido o 8° colocado em um campeonato carioca com 11
participantes. Quem chegasse mais cedo aos Aflitos, poderia acompanhar a
preliminar envolvendo as equipes do Náutico e do Auto Esporte do Recife,
custando o ingresso apenas 20 cruzeiros para a arquibancada e 10 cruzeiros para
o setor geral, militares, senhoras, crianças e sócios de América, Santa Cruz,
Sport e Náutico. Depois da vitória do Auto Esporte
do Recife sobre o Náutico por 1x0 na preliminar, a bola rolou as 21:30 para
América do Recife e Madureira do Rio de Janeiro sob a arbitragem de Luiz Zago. O
Madureira começou melhor na partida e encurralou o América na defesa logo no
começo da peleja. Aos 15 minutos, o meia Hermínio tocou a bola para Tampinha,
que forçou Borracha, o goleiro do América, a fazer uma grande defesa.
Folha da Manhã um dia depois comentando o empate de 1x1 |
Aos 30
minutos a equipe carioca se lançou novamente para o ataque por intermédio de
Claudionor, que cruzou rasteiro para o atacante Alfredinho chutar rente às
traves defendidas pelo goleiro Borracha. Aos 35 minutos, a primeira grande
jogada de gol do América aconteceu depois de uma bela jogada armada pelo meia
Astrogildo, que lançou Macaquinho na frente para chutar forte e no canto, mas,
o goleiro Espanhol agigantou-se e evitou um gol certo dos pernambucanos. A boa
desenvoltura do Madureira deu resultado aos 40 minutos quando Ocimar encontrou
Betinho livre de marcação e este último, não desperdiçou, fazendo o primeiro
gol do jogo. AMÉRICA 0X1 MADUREIRA/RJ e desta forma terminou o primeiro tempo
nos Aflitos. No intervalo, os cariocas mexeram
na equipe e entraram Davidson no lugar do meio-campista Hermínio, Canelinha no
lugar de Alfredinho e Pedro no lugar de Tampinha, ambos no ataque. Depois do
descanso do intervalo regulamentar o América começou o segundo tempo de forma
mais organizada e as jogadas com perigo de gol começaram a surgir, muito em
virtude dos gritos de incentivo que vinham das arquibancadas. Numa jogada que
começou com Decadela na zaga, a bola sobrou para o meia Tomires, que avançou em
direção ao gol e quase dentro da grande área encontrou o atacante Isaías em
melhores condições. Rapidamente lhe passou a bola e Isaías, livrando-se da
marcação de Agnelo, chutou sem chances contra o goleiro Espanhol. É GOL DO AMÉRICA!
AMÉRICA 1X1 MADUREIRA/RJ e a torcida, cerca de 1020 espectadores, comemoravam o
gol de empate.
Nota de destaque do jornal Folha da Manhã sobre a partida |
O “Tricolor Suburbano”, como é
conhecido, queria a vitória e foi para cima. Aos 25 minutos, Claudionor fez
ótimo lançamento para o atacante Jorge, que chutou para a boa defesa do goleiro
Borracha. Animado pelo público, os esmeraldinos tiveram aos 40 minutos uma
ótima chance de virar o placar, depois que Sevi passou a bola para Celedino,
que não aproveitou a oportunidade. No tempo correto, o árbitro Sr. Luiz Zago
apitou o final da partida com resultado de empate e os cariocas não conseguiam
a desejada revanche. A renda da partida foi de Cr$ 18.200 (dezoito mil e
duzentos cruzeiros) e as equipes deste importante amistoso interestadual foram
as seguintes:
AMÉRICA:
Borracha;
Decadela e
Betinho;
Tomires, Sevi e Astrogildo;
Isaias, Carneiro, Macaquinho, Roberto e
Celedino.
MADUREIRA/RJ:
Espanhol;
Galego e
Agnelo;
Claudionor, Hermínio e Valter;
Betinho, Jorge, Alfredinho, Ocimar e
Tampinha
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