João Cabral de Melo Neto, o Americano Imortal


Há onze anos atrás, no dia 09 de outubro de 1999 a poesia perdia um de seus maiores ícones da literatura, e o América Futebol Clube de Pernambuco, um dos seus torcedores mais ilustres. Falecia no Rio de Janeiro, aos setenta e nove anos, o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, já praticamente cego, sofrendo de depressão e problemas cardíacos. Além de poeta, foi diplomata, tipógrafo amador, e amou a Andaluzia e Pernambuco - lugares que freqüentemente comparou e celebrou em seus poemas. Classificado como poeta da geração 45, terceira geração do modernismo, foi agraciado com diversos prêmios ao longo de sua carreira de escritor. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Pernambucana de Letras. Onze anos após sua passagem neste mundo, até hoje não vi melhor definição sobre o trabalho de João Cabral como feita ano passado pela Jornalista Kelly de Souza, do Blog da Cultura:
"Quando morre um poeta, morre um pouco de cada um daqueles que amam a poesia. Fragmentos nossos morrem junto porque o “egoismo” do autor leva com ele um naco do nosso encanto, da nossa paz, leva com ele uma porção da nossa alma, da emoção dos dias de sol, das tardes de doçura, das noites de calmaria que a sua poesia proporcionou. Ainda que tenha deixado sua obra e sua lembrança, a morte de um poeta é sempre uma violência ao patrimônio humano, uma agressão. Ele morre e fica um vazio, um escuro, ficam câimbras no coração – onde vou me alongar? João Cabral foi um dos maiores poetas da língua portuguesa, e talvez, junto com Drummond, seja a mais importante expressão poética nacional do século XX."
Hoje, o grande João Cabral de Melo Neto nos deixou de acompanhar neste mundo, contudo, o seu amor pelo Campeão do Centenário e o legado de sua obra estarão eternizado para todos nós que sentem a sua falta. Temos plena certeza de que lá de cima nosso América o deixou bem mais feliz com o retorno do clube à primeira divisão do futebol pernambucano.

O torcedor do América F. C.

O desábito de vencer não cria o calo da vitória; 

não dá à vitória o fio cego nem lhe cansa as molas nervosas. 

Guarda-a sem mofo: 

coisa fresca, 

pele sensível, 

núbil, 

nova, 

ácida à língua qual cajá,

salto do sol no Cais da Aurora.







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