MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 1x1 Náutico em outubro de 1965

Jornal do Commercio de 24/10/1965 relatando
sobre o clássico América x Náutico.
Nasciam o ator norte-americano Martin Lawrence (ator nos filmes “A Hora da Virada” de 2005 e “Motoqueiros Selvagens” de 2007), o ator norte-americano Jeremy Piven (ator nos filmes “A Última Cartada” de 2006 e “A Super Agente” de 2012), o ex-jogador uruguaio Pablo Bengoechea (campeão da Copa América de 1987 com a Seleção Uruguaia e campeão uruguaio de 2003 com o Peñarol), o ex-jogador Silas (campeão da Copa América de 1989 com a Seleção Brasileira e campeão da Copa do Brasil com o Internacional de Porto Alegre em 1992), o músico norte-americano Trent Reznor (guitarrista da banda de rock Nine Inch Nails) e o músico britânico Slash (ex-guitarrista da banda Guns N’ Roses). Faleciam a atriz britânica Renee Kelly (atriz do filme “All Sorts and Conditions of Men” de 1921), o ator britânico Douglas Payne (ator no filme “Maria Marten, or The Mystery of the Red Barn” de 1913) e a nadadora dinamarquesa Else Jacobsen (medalha de bronze nas Olimpíadas de Los Angeles em 1932). Alguns sucessos musicais foram “Acender as Velas” com Zé Keti, “Minha Namorada” com Os Cariocas, “Terra de Ninguém” com Marcos Vale e “Matuto de Opinião” com Luiz Gonzaga.

Nota do JC de 24/10/1965 sobre o clássico daquela tarde.
A sétima rodada do campeonato pernambucano de futebol de 1965 foi aberta no dia 24 de outubro com o clássico envolvendo América e Náutico na Ilha do Retiro. Os americanos, que vinham de empate contra o Sport por 2x2, dividiam a quinta colocação com o Íbis com dois pontos ganhos, enquanto que, os alvirrubros, que vinham de vitória sobre o Sport por 5x3, lideravam o campeonato com dez pontos ganhos e seguiam rumo ao segundo tricampeonato. O América viria com duas alterações com relação à equipe que empatou com o Sport, que seriam as entradas de Zezo e Ajalmar nos lugares de Santos e Tadeu, motivadas por questões táticas de acordo com o treinador Alexandre Borges. 

Treino do América na Ilha do Retiro no dia anterior ao clássico contra o Náutico.
No Náutico, o clima ainda era de festa pela conquista dois dias antes, do título da Zona Norte-Nordeste da Taça Brasil de Clubes em cima do Fortaleza por 3x2, fato que lhe deu direito a disputar as semifinais do torneio e o treinador Antoninho tinha apenas uma dúvida, que era a escalação ou não do atacante Bita, que passaria por testes físicos e para o caso de reprovação pelo departamento médico, Werneck entraria em seu lugar. Ambos os treinadores, como se quisessem esconder seus esquemas para o adversário, não entraram em campo como haviam anunciados no dia anterior. Santos recuperou-se do problema no fígado e foi escalado, porém, Ajalmar ficou como alternativa no banco de reservas e no lado alvirrubro, Bita não ganhou condições, mas, seu substituto foi Naldo e não Werneck.

Ilustração de América x Náutico na Ilha do Retiro em 24/10/1965 pelo
campeonato pernambucano.
Depois de um empate sem gols entre as duas equipes na preliminar válida pela categoria de aspirantes, a bola rolou às 16h00 daquele domingo de futebol sob a arbitragem do Sr. Louralber Monteiro, auxiliado nas laterais por Hélio Ferreira e por Geraldo Alves. A partida começou com o América impondo forte pressão e logo aos 2 minutos, o atacante Dema chutou fraco, mesmo assim, o goleiro Joélcio deu rebote e Santos apareceu para abrir o marcador na Ilha do Retiro. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 1X0 NÁUTICO e a ideia era carimbar a faixa de campeão Norte-Nordeste do timbu. 

Breno do América marcando Lala do Náutico.
Os alviverdes recuaram muito e aos 10 minutos o Náutico teve uma boa chance de empatar a partida com o meia Ivan Brondi, que deu belo passe para o atacante Lala chutar no canto, obrigando o goleiro Lula do América a se esticar para evitar o gol alvirrubro. Aos 19 minutos, mais uma vez o Náutico no ataque, desta vez, com Nino cruzando a bola na cabeça de Nado, que cabeceou forte, entretanto, por cima do travessão. Aproveitando um contrataque rápido pela direita aos 25 minutos, o América investiu com Zezo, que entregou a pelota para o atacante Lia e este após driblar o zagueiro Gilson Saraiva, chutou colocado, mas, o goleiro Joélcio praticou a defesa. Com 38 minutos, os alvirrubros atacaram com Didica lançando Naldo, que tocou na saída do goleiro americano e o zagueiro Breno tirou a bola quase em cima da linha, evitando o empate do time de Rosa e Silva. Na última finalização do primeiro tempo, o América foi à frente com Agra cruzando a bola para o atacante Dema, que chutou por cima do arco defendido pelo guarda-meta adversário e logo depois, o árbitro encerrou o primeiro tempo.

Jornal do Commercio de 25/10/1965 sobre
a chance do América em vencer o Náutico.
A pressão dos alvirrubros aumentou no segundo tempo e logo aos 3 minutos de bola rolando, o lateral Clóvis entregou a bola para Ivan Brondi, que se livrou do goleiro Lula do América e tocou, mas, o zagueiro Breno operou milagre e evitou a marcação do empate. Os zagueiros Nilton e Carlos do América não se entendiam e aos 12 minutos, o atacante Lala recebeu de Gena e atirou a bola contra a meta, mas, Lula saltou no canto e evitou mais uma vez o gol alvirrubro. Com os esmeraldinos completamente recuados, o Náutico possuía a maior posse de bola e aos 20 minutos foi a vez de Nino chutar contra o gol de Lula, todavia, a pelota passou à sua esquerda. Depois que o árbitro advertiu o guarda-meta americano sobre o tempo de reposição de bola e o ameaçou de expulsão, o meio-campista Agra criticou a atitude do juiz, que expulsou o atleta de campo, para a surpresa e revolta dos campeões do centenário.Mesmo com um a menos, o América forçou um ataque aos 28 minutos com Ribeirinho, que tocou para Santos, mas este sofrendo forte marcação de Mauro, não conseguiu finalizar da melhor forma possível. Aos 33 minutos, o Náutico desceu com Nado, que foi derrubado com falta pelo zagueiro Breno do América, que recebeu o cartão vermelho do árbitro Louralber Monteiro e teve que deixar o gramado. 

Nota do JC de 25/10/1965 sobre a partida.
O treinador Alexandre Borges do América, muito criticou o árbitro pelas expulsões de Agra e Breno e também recebeu o cartão vermelho, sendo então, obrigado a deixar a área técnica. Muito nervoso, teve que ser segurado pelos próprios atletas para não agredir o juiz. Com dois jogadores a menos, foi difícil segurar a vitória e aos 47 minutos, já nos acréscimos, o Náutico chegou ao empate quando Lala chutou, o zagueiro Carlos rebateu fraco e Naldo pegou o rebote para vencer o goleiro Lula. AMÉRICA 1X1 NÁUTICO e com tudo igual no placar terminou a partida na Ilha do Retiro, para uma renda de 2.237.000 cruzeiros. As equipes foram as seguintes:

AMÉRICA
Lula; 
Breno, Nílton, Carlos e Duda; 
Agra e Zezo; 
Ribeirinho, Dema, Santos e Lia.

NÁUTICO
Joélcio; 
Gena, Mauro, Gilson Saraiva e Clóvis; 
Didica e Ivan Brondi; 
Nado, Naldo, Nino e Lala.


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