América 5x0 Centro Limoeirense: Invictos, mais líder do que nunca e com tabu quebrado!


O América fez mais do que vencer na tarde desta quarta-feira. O que ocorreu no Arruda transcendeu a tabela da Série A2 e a própria lógica. Aos olhos pragmáticos do técnico Adriano Souza e seus comandados, a meta era clara: assegurar a liderança do Grupo B para garantir o mando de campo nas semifinais e jogar em gramados de estrutura superior, como o próprio Arruda ou a Ilha.

Mas o futebol é feito de números duros e de enredos que inspiram crônicas. E havia um enredo absurdo: o tabu de 61 anos sem vencer o Centro Limoeirense, uma piada que durava desde 1963. Um dado "idiota", talvez, mas que despertava a paixão mais pura, o "tesão" pela vitória que o próprio presidente João Antônio Moreira em conversas de arquibancada declarou.

Na tarde em que o Arruda se vestiu de esmeraldino, o Mequinha uniu a precisão da engenharia à emoção histórica. O clube ofereceu ao seu patrono literário, João Cabral de Melo Neto, o poeta que amava o América com a paixão sólida como o tijolo, a maior das homenagens: a aniquilação da História. Nesta quinta-feira (09), completamos 26 anos sem nosso maior torcedor nesse plano.

A goleada de 5 a 0 sobre o Centro Limoeirense foi um feito épico, porque encerrou o tabu secular! O América não só selou a liderança invicta do Grupo B, como invocou a essência do poema O Torcedor do América F.C.. A vitória chegou, enfim, para ser a "coisa fresca, pele sensível, núbil, nova", a "ácida à língua qual cajá", que prova que a espera valeu a pena.



I. O Desábito e a Semente do Cajá

Cabral escreveu que o "desábito de vencer não cria o calo da vitória". E esse "desábito" nos atormentou contra o Centro por seis décadas.

A partida começou com essa tensão histórica. O Centro Limoeirense, invicto e disposto a manter a piada viva, pressionou. O goleiro Siriaco fazia defesas incríveis, forçando o América a trabalhar a bola com a paciência que o poeta exigia.

Nosso time, no entanto, tinha a estrutura de que precisávamos. O zagueiro-capitão Memo distribuía o jogo com a frieza de um mestre de obras, enquanto o motor Petrocelli e o nosso artilheiro Pedro Maycon buscavam incessantemente o espaço.

O tabu exigia a geometria do acerto, e não o sentimentalismo. Aos 32 minutos, ela veio. O lateral-atacante Brown, que chegou a escorregar no gramado, se redimiu com um lançamento por elevação de uma beleza técnica estonteante. A bola pousou nos pés de Gregório, que dominou no peito e cravou o 1 a 0. A vitória estava nascendo, e com ela, a esperança ácida do cajá começava a ser provada.

Ainda no primeiro tempo, o time provou que a estrutura era sólida. Aos 37 minutos, a bola sobrou para Renato Henrique. Habilidoso, cercado, ele usou a força da convicção e mandou para o fundo da rede. 2 a 0. O "fio cego" da vitória finalmente estava afiado.

II. O salto do Sol no Cais da Aurora e a Consagração

O segundo tempo foi o ritual de libertação. A entrada de Nathan, o "Belga", foi a faísca que acendeu a celebração. Aos 8 minutos, Nathan voou pela direita e cruzou na medida. Brown, agora redimido e confiante, completou para o 3 a 0.

Com a histórica goleada tomando forma, os personagens se consagraram.

O grande protagonista da tarde, Renato Henrique, fez questão de ser o "artilheiro-chefe" que temos a plena certeza de que Cabral exaltaria: aos 34 minutos, ele soltou a bomba de fora da área, sem perdão. 4 a 0! Com 6 gols e a artilharia isolada da A2, ele provou que o gol é fruto do trabalho duro, e não da inspiração.

E o golpe final, que encerrou de vez a dívida de 61 anos, foi uma demonstração de coletividade. Renato Henrique, no papel de "garçom experiente", escorou de cabeça para Luiz Felipe, que empurrou para o 5 a 0!


III. Próxima etapa: A construção do Título

O América garantiu a liderança isolada e invicta do Grupo B com 19 pontos. O "desábito de vencer" acabou já tem alguns anos. Afinal, fomos "expulsos" praticamente invictos na Serie A2 de 2022, não jogamos em 2023, fomos campeões da Serie A3 sem derrotas e seguimos assim nesta competição. A missão maior, que é o retorno à elite, segue firme e sem qualquer arranhão.

O Mequinha tem agora o último compromisso desta primeira fase. Domingo é dia de mais uma vez visitar Caruaru para, desta vez, enfrentar o time do Ipojuca, que não almeja mais nada. O artilheiro Renato Henrique voltar a campo para defender sua marca e manter a invencibilidade. O título e o acesso à Série A1 estão a apenas três jogos de distância. São três atos finais que nos separam do objetivo que há anos não era alcançado.

Que a vitória de hoje sirva de certeza: o América provou que a vitória, que outrora era a "pele sensível" da incerteza, hoje é a "estrutura" de que precisamos para voltar ao nosso lugar.

O tabu acabou. O América vive e o acesso está logo ali!

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