MEMÓRIAS ESMERALDINAS ESPECIAL: América 5x0 Torre em novembro de 1919 (América campeão!)
Nascia a atriz paraense Mara
Rúbia (atriz nos filmes “O Donzelo”
de 1971 e “Dona Flor e Seus Dois Maridos”
de 1976), a atriz Geny Prado (atriz em filmes como “Zé do Periquito” de 1960 e “Casinha
Pequenina” de 1963), o ator norte-americano Robert Stack (ator em filmes
como “Paixão de Toureiro” de 1951 e “Casa de Bambu” de 1955), o ex-goleiro
Oberdan Cattani (campeão da Copa Rio Internacional de 1951 com o Palmeiras), o
cantor Nélson Gonçalves (conhecido pela música “A Volta do Boêmio”), O cantor Jackson do Pandeiro (conhecido pela
música “Como Tem Zé na Paraíba”), o
ex-político João Goulart (presidente entre 1961 e 1962), os ex-jogadores
espanhóis Salas (vice-campeão da Copa do Rei da Espanha com o Celta de Vigo em
1948) e Fernando Barnet (campeão da Copa do Rei em 1940 com o Espanyol de
Barcelona) e o ex-jogador português Guilherme Espírito Santo (campeão português
com o Benfica em 1950). Vinham a óbito o ex-presidente Rodrigues Alves
(governou entre 1902 e 1906), o chileno Ramón Barros Luco (presidente do Chile
entre 1910 e 1915), o matemático alemão Adolf Hurwitz (conhecido por trabalhos
envolvendo polinômios), o também matemático alemão Paul Stackel (conhecido por
trabalhos em análise complexa) e o poeta português João Penha (autor de livros
como “Ecos do Passado” de 1914 e “Novas Rimas” de 1905). Na música os
sucessos eram “Já Te Digo” com
Baiano, “Deixe Deste Costume” com
Eduardo das Neves, “O Kaiser em Fuga”
com Caninha, “Sofres Porque Queres”
com Pixinguinha, “Madrugando” com
Américo Jacomino, o Canhoto e “A Rolinha
do Sertão” com Baiano.
Ilustração de América x Torre no Estádio da Jaqueira pelo campeonato pernambucano de 1919: o jogo do bicampeonato. |
O América se tornou campeão
pernambucano de futebol do ano de 1919 (o segundo troféu da sua história) após
uma grande vitória contra o Torre. O campeonato do referido ano foi disputado
por oito equipes no sistema de pontos corridos e turno único, sendo que a
equipe dotada de mais pontos ao final das sete rodadas seria declarada a
campeã. A expectativa em torno da última rodada do campeonato era grande, uma
vez que, quatro times poderiam ficar com a taça de campeão, o que muito
empolgou o público a comparecer a estes jogos decisivos. Tanto os alviverdes da
Estrada do Arraial (que vinham de vitória por 6x1 contra o Varzeano) quanto o
Torre (que vinha de empate em 3x3 contra o Sport) tinham chances de conquistar
o título, sem falar que, Sport e Náutico também possuíam chances reais. Os americanos eram os únicos que
dependiam só de si para levantar a taça, pois, lideravam o certame com 10
pontos ganhos, seguidos pelo Sport com 9 pontos, Náutico com 8 pontos e Torre
com 8 pontos. Santa Cruz, Flamengo do Recife, Centro Sportivo do Peres e Varzeano
já não mais tinham como ser campeões. A derradeira rodada foi aberta no dia quinze
de novembro com a vitória do Náutico por 2x1 sobre o Varzeano, que fez com que
o clube alvirrubro ficasse empatado em pontos com o América na liderança. No
fim de semana seguinte, no dia 23 de novembro de 1919 para ser mais exato, o
“Mequinha” entraria em campo sob pressão no majestoso Estádio da Jaqueira para
botas as duas mãos no troféu em caso de vitória. O Sport Club do Recife
aguardava ansioso pelo resultado, uma vez que, a derrota dos esmeraldinos
associada com uma vitória rubro-negra contra o Flamengo no domingo seguinte
daria o título ao clube da Praça da Bandeira.
Página esportiva do Jornal Pequeno de 25/11/1919 descrevendo a vitória do América sobre o Torre |
Após o empate de 1x1 entre os
segundos quadros de América e Torre, às 4h da tarde em ponto o árbitro Sr. João
Lacerda, deu início à partida América x Torre que poderia dar o título de
campeão ao América. A torcida do Sport também compareceu à Jaqueira, mas para torcer
contra. O primeiro bom lance do jogo surgiu quando o meia Paulino do Torre
cedeu a bola para o atacante Lins, que chutou forte e no canto, forçando o
goleiro Salgado do América a se esticar para defender. Com 5 minutos de bola
rolando, o América foi para frente numa grande jogada iniciada pelo atacante Zé
Tasso, que passou a pelota para Peres I que abriu o marcador no Estádio da
Jaqueira. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 1X0 TORRE e a torcida americana começava a
comemorar. O Torre bem que tentou o empate aos 15 minutos, quando Roxura lançou
Hermógenes, que de pé direito chutou para fora para o alívio da torcida
americana. O público que se espremia nas tímidas arquibancadas de madeira do
Parque da Jaqueira ajudava com gritos de incentivo e aos 22 minutos, apareceu a
figura do atacante argentino Salerno do América, que numa arrancada em
velocidade disparou rumo à meta, driblando o zagueiro Romeu do Torre antes de
dar belo passe para Peres I, que chutou forte nas redes do goleiro Ramos. É GOL
DO AMÉRICA! AMÉRICA 2X0 TORRE e o caminho para o bicampeonato estava sendo
calçado.
Destaque do Jornal Pequeno de 25 de novembro de 1919 sobre o título do América do Recife, bicampeão pernambucano de futebol |
Poster do América, o campeão pernambucano de 1919 |
AMÉRICA:
Salgado;
Alexi e Ayres;
Soares, Bermudes e Rômulo;
Peres
II, Salerno, Zé Tasso, Peres I e Lapa.
TORRE:
Ramos;
Arthur e Romeu;
Austregésilo, Roxura e Paulino;
Arlindo, Oswaldo, Alemão, Hermógenes e Lins.
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