MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 0x0 Santa Cruz em outubro de 1965

Jornal do Commercio de 10 de outubro de 1965
destacando a realização do clássico
Nascia em 1965 a atriz norte-americana Sarah Parker (atriz nos filmes “Vivendo e Aprendendo” de 2008 e “Zona de Perigo” de 1993), o ex-jogador romeno Gheorghe Hagi (campeão da Supercopa da Espanha em 1996 com o Barcelona e atleta da Seleção da Romênia na Copa de 1994), o ex-jogador francês Laurent Blanc (campeão mundial com a Seleção Francesa de Futebol em 1998), o ex-jogador Aldair (campeão carioca de 1986 com o Flamengo e da Copa do Mundo de 1994 com a Seleção Brasileira), o ex-jogador de vôlei Carlão (campeão da Liga Mundial de 1993 com a Seleção Brasileira), o músico norte-americano Greg Kriesel (baixista da banda de rock The Offspring), o ex-árbitro Carlos Eugênio Simon (atuou nas copas de 2002 a 2010), o ex-atacante Antônio Carlos (campeão brasileiro de 1987 com o Sport), o ex-meiocampista Erasmo (campeão pernambucano com o Náutico em 1989) e o ex-zagueiro Marcão (campeão pernambucano com o Santa Cruz em 1990). Falecia a atriz norte-americana Judy Holliday (atriz em filmes como “A Costela de Adão” de 1949 e “Nascida Ontem” de 1950), o físico inglês Edward Appleton (vencedor do prêmio Nobel de física de 1947), o inglês Winston Churchill (primeiro ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial) e o ex-treinador Bosko Simonovic (dirigiu a Seleção da Iugoslávia na Copa de 1930). Os sucessos da música eram “Arrastão” com Elis Regina, “Carcará” com Maria Bethania, “Eu Preciso Aprender a Ser Só” com Maysa, “Festa de Arromba” com Roberto Carlos e Erasmo Carlos e “O Anel Que Tu Me Deste” com Capiba.

Destaque do Jornal do Commercio de 10 de outubro de 1965
No dia 10 de outubro de 1965 ocorreu o complemento da quinta rodada do segundo turno do campeonato pernambucano de futebol, com a partida América x Santa Cruz no Estádio da Ilha do Retiro. Terceiro e quarto colocados no primeiro turno, vencido pelo Sport, Santa Cruz e América entrariam em campo para não se distanciarem do líder Náutico, principalmente o América que ainda não havia pontuado. Os alviverdes em quatro jogos haviam obtido quatro derrotas, sendo elas para Náutico, Sport, Central e Íbis na sequência, enquanto que o clube tricolor havia vencido o Íbis, empatado com o Central e Sport e perdido para o Náutico, dando ao clássico da amizade, um caráter de decisão, daqueles que não pode terminar empatado.

Apesar dos reveses sofridos, incluindo o 2x0 para o Íbis, o treinador Alexandre Borges se encontrava animado pela volta dos zagueiros Breno e Geraldo ao time titular, bem como, os meias Tadeu e Agra. A outra novidade era a possível estreia de Ribeirinho no atacante, promessa de gols para os jogos restantes do certame. No Santa Cruz a ideia era a reabilitação. Depois da derrota de 4x0 frente ao Náutico, o técnico Alfredo González falou à imprensa sobre a saída dos zagueiros Walter Cardoso e Luiz do time titular e a entrada de Vilásio e Birunga em seus respectivos lugares. Por fim, a contusão do atacante Antoninho deixava um ar de dúvida sobre sua titularidade e com isso, Miro já se encontrava apto para substituí-lo caso necessário.

Precisando do resultado, o América partiu para cima do Santa Cruz
Com Sebastião Rufino no apito, auxiliado por Hélio Ferreira e Geraldo Alves, começou América x Santa Cruz na Ilha do Retiro. O América começou melhor na partida e aos 15 minutos de jogo, o meia Tadeu cruzou uma bola vinda da direita na cabeça do atacante Santos, que testou forte, mas, o goleiro tricolor Walter fez uma grande defesa. Aos 20 minutos o atacante tricolor Geninho recebeu um bom passe de Tonho Zeca, porém, na hora do chute foi desarmado pelo zagueiro Nilton do América que jogou à linha lateral. A figura de Sebastião Rufino começou a aparecer de forma negativa na partida, em razão da marcação de faltas, que deixavam até o infrator surpreso. A equipe americana tinha o domínio da posse de bola e aos 30 minutos, Ribeirinho deixou Santos na cara do gol, entretanto, o goleiro Walter parecia inspirado naquele dia e impediu o gol esmeraldino, com uma defesa fantástica. As vaias da torcida tricolor à sua equipe se faziam presentes no estádio, pois, os mesmos erros de jogos anteriores se repetiam, fazendo o torcedor ficar descrente com relação ao título. Pouco antes do final do primeiro tempo, bola de Dema para Lia, que chutou forte e a bola passou raspando as traves do goleiro Walter e mais uma vez, quase o América chegava. Sem alteração no placar, terminou o primeiro tempo do clássico.

Ilustração de América x Santa Cruz no Estádio da Ilha do Retiro, válido pelo
campeonato pernambucano em 10 de outubro de 1965
No segundo tempo, a pressão do América foi ainda maior que a da primeira etapa e o Santa Cruz foi encurralado em seu campo defensivo. Aos 18 minutos, Agra cruzou pela direita na cabeça de Santos, que cabeceou para mais uma fenomenal defesa do goleiro Walter. Em seguida num rápido contra ataque do time do Arruda, o atacante Miro driblou Carlos e Nilton, zagueiros do América e tocou a bola para Manuel totalmente livre de marcação tendo apenas o goleiro Lula à sua frente. Manuel preferiu driblar o goleiro em vez de chutar, mas Lula agigantou-se em sua frente e impediu a marcação do gol tricolor para alívio da torcida americana e desespero intenso da torcida das três cores. Aos 25 minutos, o atacante Santos recebeu belo cruzamento de Duda e de cabeça tocou no canto esquerdo de Walter que se esticou ao limite e evitou o gol do América. O goleiro do Santa Cruz saiu aplaudido do jogo como melhor figura em campo.


Jornal do Commercio de 12/10/1965
Aos 35 minutos, o atacante Miro bateu falta e dirigiu a bola para Josenildo, que bateu forte e a bola passou a direita do goleiro Lula do América. A equipe do Santa Cruz se fechou na defesa para tentar segurar o resultado e com isso, chamou o América para cima, que investiu em jogadas nascidas dos pés do meio-campista Agra, todavia, estas não conseguiam furar o bloqueio defensivo imposto pelo adversário. Pouco antes do término, o clube verde e branco da Estrada do Arraial ainda perdeu grande chance com o atacante Ribeirinho, mas a bola passou por cima da meta. Na hora devida, o árbitro Sebastião Rufino apitou o final de jogo com o placar de 0x0 que foi ruim para ambas as equipes, entretanto, mais lamentável para o América, que por ineficiência dos atacantes, não saiu da Ilha Do Retiro com o resultado de vitória, mesmo tendo um volume de jogo muito superior ao adversário. A preliminar válida pela categoria de juniores terminou empatada em 2x2 e foi arbitrada por Aléssio Siqueira, com Luiz Gonzaga e Albino Machado nas bandeirinhas. A renda do clássico América x Santa Cruz foi de Cr$ 1.308.600 e as equipes jogaram com as seguintes formações:
AMÉRICA
Lula; 
Breno, Carlos, Nilton e Duda; 
Agra e Tadeu; 
Ribeirinho, Dema, Santos e Lia.


SANTA CRUZ
Walter; 
Vilásio, Birunga, Adalberto e Dinha; 
Tonho Zeca e Othon; 
Miro, Manuel, Geninho e Josenildo.

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