1968
Aflitos
América Futebol Clube (PE)
campeonato pernambucano
Clube Ferroviário do Recife
Memórias Esmeraldinas
MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 1x0 Ferroviário do Recife em abril de 1968
Diário de Pernambuco do dia 27 de abril de 1968 sobre a partida América x Ferroviário nos Aflitos |
Nasciam em 1968 a atriz
norte-americana Ashley Judd (atriz em filmes como “Crimes em Primeiro Grau” de 2002 e “Risco Duplo” de 1999), o ator norte-americano Owen Wilson (ator nos
filmes “Anaconda” de 1997 e “Os Estagiários” de 2013), o músico
escocês Ray Wilson (vocalista da banda de rock Genesis), o ex-jogador Mauro
Silva (campeão paulista de 1990 com o Bragantino e da Copa de 1994 com a
Seleção Brasileira), o ex-jogador italiano Paolo Maldini (campeão mundial de
clubes em 2007 com o Milan/ITA), o ex-goleiro Velloso (campeão brasileiro de
1994 com o Palmeiras), o ex-jogador francês Didier Deschamps (campeão mundial
de clubes de 1996 com a Juventus/ITA e da Copa de 1998 com a Seleção Francesa),
o ex-jogador Édson Silva (campeão pernambucano com o Sport em 1991), o
ex-zagueiro Fernando Silva (campeão pernambucano de 1990 com o Santa Cruz) e o
ex-zagueiro Cerezo (com passagem pelo Náutico em 1994). Falecia o químico
alemão Otto Hahn (vencedor do prêmio Nobel de química em 1944), o ator gaúcho
Amílton Fernandes (ator na novela “Direito
de Nascer” de 1964 e no filme “O
Vendedor de Linguiça” de 1962), o poeta pernambucano Manuel Bandeira (autor
de livros como “A Cinza das Horas” de
1917 e “Libertinagem” de 1930), o
escritor norte-americano John Steinbeck (autor de livros como “A Leste do Éden” de 1952 e “As Vinhas da Ira” de 1939) e o
ex-treinador italiano Vittorio Pozzo (campeão das copas de 1934 e 1938 com a
Seleção Italiana). Em meio à ditadura as rádios tocavam os sucessos “Para Não Dizer que Não Falei das Flores”
com Geraldo Vandré, “Eu Tenho um Amor
Melhor que o Seu” com Roberto Carlos, “Sá
Marina” com Wilson Simonal, “A
Pobreza” com Leno e Lilian, “Europa,
França e Bahia” com Capiba e “De
Juazeiro a Crato” com Luiz Gonzaga.
Treinador Dante Bianchi confiante contra o Ferroviário do Recife |
O América realizou um de vários
tradicionais confrontos contra o Ferroviário do Recife no dia 27 de abril de
1968, dia da sétima e última rodada do primeiro turno do campeonato
pernambucano daquele ano. A partida a ser realizada no Estádio dos Aflitos teria
uma cara de amistoso, pois, ambas não aspiravam ao título do turno inicial e já
estavam classificadas para o turno seguinte, entretanto, a vitória daria aos
americanos a quinta colocação, uma acima do próprio Ferroviário, logo, seria um
confronto direto. O alviverde, que tinha cinco pontos, vinha de grande vitória
sobre o Íbis por 5x0, enquanto que, o tricolor da estrada de ferro, possuidor
de quatro pontos, vinha de vitória por um gol a zero contra o Santo Amaro.
Ferroviário queria a vitória a qualquer custo |
Haveria uma preliminar válida
pela categoria de juniores um pouco mais cedo, na qual, caso o América saísse
vencedor levantaria o título de campeão do primeiro turno da categoria. Haja
vista a importância do confronto, os atletas juniores por decisão do dirigente
Constantino Barbosa, ficaram concentrados no Hotel Treze de Maio na Boa Vista,
esperando a hora do duelo. O clima entre os profissionais era de tranquilidade
com a classificação ao segundo turno garantida e com isso, o treinador Dante
Bianchi revelou à imprensa que o time titular, que ficaria concentrado no
casarão da Estrada do Arraial, seria o mesmo que goleou o Íbis na rodada
passada e que está bastante confiante em um novo sucesso do clube do bairro de
Casa Amarela. As fortes chuvas que caíram no dia que antecedeu a partida
impossibilitaram que o Ferroviário treinasse no campo da Vila Ypiranga em
Afogados sob os cuidados do treinador Geraldo José. Devido às condições
impraticáveis do seu campo de treinamento, os atletas tricolores da RFFSA
fizeram treino individual com o preparador físico Luiz Alexandrino e logo
depois, os atletas foram concentrados no Hotel Capibaribe, esperando a hora do
confronto contra o América.
Ilustração de América x Ferroviário do Recife no Estádio dos Aflitos pelo Campeonato Pernambucano de 1968 |
Com a arbitragem de Sebastião
Rufino, a bola rolou no tapete verde do gramado do Estádio Eládio de Barros
Carvalho e quem teve a primeira boa chance foi o América, que numa jogada
criada pelo meia Leduar aos 5 minutos, finalizou com o atacante Jairo que
chutou para fora. Aos 20 minutos foi a vez do time da Rede Ferroviária Federal
levar perigo com Carlinhos , que cedeu a bola para Djalma chutar forte, mas o
goleiro Zé Neto do América realizou grande defesa. Com meia hora de jogo foi a
vez do lateral esquerdo Necão fazer bom passe para o atacante quase indígena
Iaponã, que chutou para o goleiro Holanda do “Ferrim” espalmar para fora,
cedendo escanteio. Ainda no primeiro tempo, o Ferroviário num contra-ataque,
arrancou em direção à meta com o meia Edinho, que lançou o atacante Nilsinho
para bater à direita de Zé Neto, assustando a torcida americana. Sem maiores
movimentações terminou o tempo inicial da peleja.
Destaque do Diário de Pernambuco de 28/04/1968 |
No intervalo o treinador Dante
Bianchi do América optou pela entrada de Toinho no lugar de Leduar no meio
campo e pela entrada de Laranjeiras no lugar de Iaponã no ataque. Geraldo José,
treinador do Ferroviário, também mexeu em sua equipe e solicitou as estradas do
meia Roberto e do atacante Arlindo nos
lugares de Edinho e Djalma, numa tentativa de dar mais movimentação ao time em
campo. O árbitro autorizou o início do segundo tempo de jogo e logo no início o
Ferroviário chegou perto de marcar, numa jogada que começou com o meia Roberto,
que cedeu a bola para Joãozinho chutar nas mãos do goleiro Zé Neto. O
“Mequinha” reagiu aos 10 minutos quando Dandô se livrou da marcação de Preta e
chutou para Jairo perder um gol feito, levantando a torcida nas arquibancadas.
Alguns minutos depois veio o fato inusitado da partida. O Sr. Sebastião Rufino
interrompeu o jogo e solicitou ao policiamento a retirada de um torcedor do
América das arquibancadas, alegando estar sendo verbalmente agredido com
palavras chulas e de baixo calão.
Diário de Pernambuco de 28 de abril de 1968 |
Cinco minutos depois de
reiniciada a partida, o América atacou com Dílson, que cedeu a pelota para
Edson, que foi derrubado na área pelo lateral Zé Valter e o árbitro apitou o
pênalti para o América. Na cobrança, o zagueiro Brito disparou um míssil para
balançar as redes tricolores. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 1X0 FERROVIÁRIO e festa
esmeraldina nos Aflitos. Faltando poucos minutos para o encerramento, o time
ferroviário atacou com Arlindo, mas este chutou por cima das traves do arqueiro
Zé Neto. Final de jogo nos Aflitos e mais uma vitória do América no campeonato
pernambucano. Na preliminar, o time juniores do América treinado por Batista e
formado por Silva; Alexandre, Fernando, Teco e Jaminho; Ideltônio e Batista; César,
Antônio Carlos, Seul e Roberto venceu o Ferroviário por 5x0 (dois gols de
Antônio Carlos e Alexandre, Teco e Eduardo com um gol cada) e conquistou de
forma invicta o título do turno, com direito a festa na sede na Estrada do
Arraial em Casa Amarela. 283 pessoas estiveram presentes aos Aflitos para verem
os profissionais do América venceram o Ferroviário por 1x0, o que gerou uma
renda de 436 cruzeiros novos naquele sábado de futebol. As equipes foram as
seguintes:
AMÉRICA:
Zé Neto;
Pereira, Brito, Genival e Necão;
Leduar e Dílson;
Dandô, Edson, Jairo e Iaponã.
FERROVIÁRIO:
Holanda;
Zé Carlos, Clóvis, Preta e Zé Valter;
Valdeque e Edinho;
Joãozinho, Djalma, Carlinhos e Nilsinho.
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