América 2x0 Belo Jardim: Deus perdoa, Renato Henrique não.
E o América segue invicto. Nas contas da torcida esmeraldina, já são 1087 dias, a contar no dia deste post, sem saber o que é derrota. Coisa de louco, né? Espero contar sobre isso antes da bola rolar novamente, pela terceira rodada. Mas o papo aqui é sobre o último sábado, no Arrudão.
Que era pra ser em Olinda. Tinha uma parcela boa de simpatizantes do Periquito entusiasmados com a possibilidade do Mequinha jogar em Olinda mais uma vez. No lugar do Olindão de Jardim Brasil, o "novo/velho" Estádio Grito da República, que, embora já tenha mais de dez anos de inaugurado, é virjão de jogos profissionais. Uma barbaridade isso aí. Mas isso, também é papo pra outro texto...
Sem estádio liberado, a diretoria esmeraldina precisou correr contra o tempo e encontrou no Arruda a solução provisória. Só que havia um detalhe: o Santa Cruz tinha compromisso decisivo no domingo, contra o América de Natal, valendo vaga para disputar a Série C do Brasileirão. E nada mais justo dos donos da casa não realizarem uma festinha para os que não invadiriam o Rio Grande do Norte, né? O jeito foi antecipar o duelo contra o Belo Jardim para o sábado, véspera de feriado da Independência.
E se em Olinda o jogo seria de portões fechados, no Arruda bastava levar 1kg de alimento não perecível e garantir presença na arquibancada. Mequinha fez bonito. E quem foi pro jogo, levou pelo menos dois pacotes de floco de cuscuz pra fortalecer.
O primeiro tempo travado
Em campo, o que se viu nos primeiros 45 minutos foi um jogo pesado, truncado, com a cara da Série A2. O América, embalado pelo 5x1 da estreia contra o Vera Cruz, tentava repetir a dose, mas encontrou um Calango atrevido, que havia virado sobre o Ipojuca na rodada inicial.
O Belo Jardim se defendeu bem, apostou na correria da juventude e até assustou em alguns contra-ataques. O América, com Renato Henrique tentando organizar as jogadas, buscava acelerar pelas pontas com Brown e Wendel, mas esbarrava no paredão adversário. O árbitro César Pereira Leite distribuiu cartões e o jogo se arrastou em ritmo lento. Zero a zero justo, com a arquibancada impaciente, pedindo mais atitude.
Adriano mexe e o jogo muda
Na volta do intervalo, Adriano Souza mostrou faro: tirou Wendel e lançou Hericles, além de colocar Vanderson na lateral. As mudanças deram nova cara ao Campeão do Centenário. O time passou a ocupar o campo de ataque, empurrando o Belo Jardim para trás.
Logo no começo, o goleiro Lucas, que já tinha sentido no primeiro tempo, deu lugar a Paulo Vítor. E o camisa 12 virou protagonista: em poucos minutos fez pelo menos três grandes defesas, uma delas cara a cara com Hericles, outra espalmando chute de Renato Henrique.
Mas a pressão esmeraldina era sufocante. A cada bola levantada, a cada tabela, a torcida levantava junto. Era questão de tempo.
Deus perdoa, Renato Henrique não.
Aos 17 minutos, veio o alívio. Após troca de passes, Hericles brigou na área e deixou para Renato Henrique. O camisa 10 bateu firme, a bola desviou na zaga e matou Paulo Vítor. Golaço não foi, mas gol de camisa 10 vale ouro. Explosão no Arruda: América 1x0 Belo Jardim.
O Calango não se entregou. Joelson quase empatou em falha de Igor Rayan, mas carimbou a trave. Charles também arriscou, obrigando o goleiro esmeraldino a trabalhar. Mas o América estava com a confiança em alta, e quando é assim, o torcedor sente que o segundo gol está amadurecendo.
E ele veio em grande estilo. Aos 34 minutos, jogada trabalhada pela direita, bola para Hericles dentro da área. O atacante, atrevido, deu passe de letra mágico, e Renato Henrique completou de primeira. Um golaço! O camisa 10, que já havia sido o maestro no título da Série A3, mostrou que segue dono do meio e da rede: América 2x0.
Final de jogo e liderança garantida
Com a vantagem, o Periquito administrou. O Belo Jardim ainda tentou no abafa, apostou em garotos como Cabelinho e Gonzaguinha, mas parou na eficiente defesa esmeraldina. Nilson ainda salvou em cima da linha após chute do próprio Gonzaguinha, mas a vitória já estava desenhada.
Apito final, festa esmeraldina. América 2x0 Belo Jardim, dois gols de Renato Henrique, seis pontos em dois jogos, sete gols marcados e liderança isolada do grupo B. O Belo Jardim conheceu sua primeira derrota e mostrou pra gente que esse certame não vai ser fácil.
Na véspera da Independência, o torcedor esmeraldino já saiu independente: independente de resultado alheio, independente de desculpas. O Periquito jogou, venceu e convenceu. E como sempre dizemos aqui no Mequinha: ser América é foda. É tradição, não é moda.
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