Uma partida que não é para esquecer



O América perdeu, mas não é o fim do mundo. Obviamente a partida diante do Salgueiro era um jogo no qual seríamos obrigados a vencer, dada as nossas pretensões de chegar a semifinal. Era um confronto direto e jogamos muito mal. Simples assim. De longe foi um América bem diferente que estávamos acostumado de ver, sólido na defesa e perigoso nos contra-ataques. Com dois gols relâmpagos no intervalo de um minuto, o América demorou para se reencontrar na partida e, mesmo com o gramado favorecendo o esquema de jogo de Charles Muniz, o Alviverde da Estrada do Arraial pecou bastante. Este é um jogo que não é para esquecer, usá-lo como exemplo e resgatar a tranquilidade e paciência demonstrada em outros jogos. 

Em um começo de jogo onde só deu Salgueiro, o time sertanejo abriu o placar logo aos 10 minutos de jogo, em cobrança de falta, no ângulo esquerdo do gol americano. Não deu pra Delone nessa. Com o Carcará muito a vontade na partida, John que havia entrado no lugar de Lessa aproveitou o vacilo da zaga esmeraldina e ampliou o placar um minuto após o primeiro gol da equipe visitante. E por duas ou três chances reais de gol o placar não poderia ter sido pior para o América, não fosse o excesso de preciosismo do Salgueiro, tamanha a liberdade com que seu ataque penetrava na defesa alviverde, fosse pelas laterais ou de frente a defesa alviverde.

Somente aos 24 minutos de jogo veio a primeira oportunidade do Mequinha ao ataque com Alex Gaibu cruzando na área, mas a defesa salgueirense estava bem postada. Com o time alviverde mais calmo e conseguindo acertar o passe, o time se encontrou no jogo e começou a criar chances para abrir o marcador. E o gol alviverde veio, com Ricardinho avançando pela direita pra fazer o cruzamento para Cajá, que encontrou o gol livre e cabeceou para fazer único gol do Periquito na partida. Por muito pouco o América não terminava o primeiro tempo de jogo empatado e talvez com este empate o enredo do jogo fosse outro. Em um lance parecido com o gol alviverde, Ricardinho conseguiu novamente avançar para um novo cruzamento, mas dessa vez Cajá não conseguiu balançar as redes. De carrinho a bola ganhou velocidade e passou por cima do travessão.

Veio o segundo tempo e, mesmo com o América garantindo domínio da posse de bola, o Salgueiro foi mais eficiente na partida. Antes do terceiro gol sertanejo, Cleitinho quase diminui para o Campeão do Centenário, chutando forte próximo a uma das traves de Mondragon, depois de um bom jogo coletivo com troca de passes, mas logo após este lance, o Salgueiro chegou na defesa alviverde. Em um lance normal, o América rifou a bola e, na indecisão dos zagueiros esmeraldinos, a bola sobrou pra Ranieri, dando os numeros finais da partida. Mesmo com as substituições realizadas por Charles Muniz ao longo do segundo tempo, o enredo do jogo não mudou e o Mequinha ainda teve o azar de ficar com apenas dez homens em campo, com Yuri machucando já no fim do tempo complementar.

Passado é passado. O próximo jogo é novamente contra o Carcará, desta vez lá no sertão pernambucano, a 518 quilômetros da Estrada do Arraial. E se o time ainda sonha com uma das vagas do G4, os erros de ontem não poderão tornar a ocorrer. Fechando os jogos de ida com 6 pontos, o América precisa de pelo menos uns 7 para continuar sonhando. É difícil, nós sabemos. Mas não é impossível, principalmente levando em conta a força de vontade dos que hoje defendem as cores do América.

Independente do próximo resultado o América vem merecendo o apoio do torcedor. Esse grupo de jogadores está honrando o manto sagrado.




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