AMÉRICA'S OLD PLAYERS
Juan Celly
AMERICA'S OLD PLAYERS: O MEIA JUAN CELLY
Santo
Tomé é uma cidade da província de Corrientes na Argentina, localizada na
fronteira com o Brasil e que faz ligação com a cidade de São Borja/RS. Foi em
Santo Tomé que nasceu no dia 28 de junho de 1930, um grande meio-campista da
história do América Futebol Clube do Recife. Trata-se de Juan Francisco Celly.
O
futebol apresentado na categoria de base do Estudiantes de La Plata da
Argentina despertou em 1953 o interesse do Flamengo/RJ, que o contratou, mas, sem
muito êxito. No mesmo ano, foi contratado pelo Sport para a disputa do
Campeonato Pernambucano e não desapontou. Marcou um gol contra o Great Western
na goleada por 7x0 em 14 de outubro, dois gols na goleada sobre o Auto
Esporte-PE por 5x1 em 30 de outubro e ajudou o Sport a conquistar o título
daquele ano. O vice-campeonato no ano seguinte não ofuscou a estrela do
argentino e em 1955, foi peça importante no elenco que conquistou o título de
campeão pernambucano no ano do cinquentenário do clube leonino. Depois de
defender o Sport no Torneio Bahia-Pernambuco em janeiro de 1956, Juan Celly, conhecido como "Cartita Blanca", vestiu a camisa esmeraldina do América do Recife no estadual e foi destaque na
vitória por 6x3 contra o Santa Cruz em 3 de junho, marcando o quinto gol
alviverde em cima do goleiro tricolor Barbosa (vice-campeão mundial com a
Seleção Brasileira em 1950).
Juan Celly no Ferroviário/CE em 1958. |
Depois
de duas temporadas no América do Recife, Juan Celly se mandou para Fortaleza,
onde defenderia as cores do Ferroviário do Ceará no campeonato estadual de
1958. No Ferroviário, marcou um dos gols do empate em 3x3 contra o América de
Fortaleza no dia 29 de março pelo Campeonato Cearense e também marcou o
primeiro gol na vitória por 2x0 no Estádio Presidente Vargas contra o Fortaleza
no dia 6 de abril pela final da Copa Fortaleza-Maranguape. Com apenas 28 anos,
encerrou sua carreira de jogador e tinha planos de voltar à Argentina, porém,
aceitou o convite para ser treinador do Central de Caruaru nas disputas dos
campeonatos da Liga Caruaruense de 1959 e 1960. Em 1961 surgiu a oportunidade
de treinar o ASA de Arapiraca-AL. O ASA entre 1954 e 1963 se dedicou
exclusivamente a jogos amistosos, tidos como mais lucrativos do que os jogos do
Campeonato Alagoano. Sob o comando de Juan Celly, o ASA realizou amistosos
interessantes como a vitória sobre o Esporte Clube Estivadores por 2x1 no dia
20 de agosto e o empate em 2x2 contra o CSE de Palmeira dos Índios no dia 17 de
setembro, entretanto, a derrota para o Íbis/PE por 1x0 em Arapiraca no dia 22
de outubro, levou à demissão do treinador.
E. C. Propriá, campeão da 2ª divisão de Sergipe em 1964. |
O
América de Propriá/SE o contratou para comandar o time nas disputas do
Campeonato Sergipano até 1963, quando recebeu o convite do CRB de Maceió para
disputar o Alagoano. No comando do “Alvirrubro da Pajuçara”, Celly conquistou o
1° turno e ficou com o vice-campeonato, após perder a decisão para o CSA,
campeão do 2° turno. Em 1964 foi contratado pelo E. C. Propriá, conseguindo
nesta equipe, o título de campeão sergipano da segunda divisão, fato que o
levou no mesmo ano a comandar o Club Sportivo Sergipe, no qual, faturou o
título da primeira divisão após desbancar a hegemonia do Santa Cruz de
Estância/SE. Em agosto, o ASA de Arapiraca o chamou de volta para a disputa do
Campeonato Alagoano, porém, apesar dos bons resultados, não conseguiu levar o
ASA a evitar o título do CRB, campeão dos três turnos do certame.
Em
1966, o Confiança de Aracaju lhe abriu as portas e Juan Celly levou o time ao
vice-campeonato sergipano, após perder a decisão para o América de Propriá, que
faturou o título. O ASA de Arapiraca, em 1967, lhe contratou mais uma vez para
ser seu treinador. Sob seu comando, o ASA venceu apenas seis dos quinze jogos
do primeiro turno, campanha que o levou a ser demitido. Trocou o ASA pelo
Capelense para a disputa do 2° turno, mas, apenas levou a equipe de Capela/AL a
um empate em cinco jogos. Em 1968, teve uma rápida passagem pelo Bahia de Feira
de Santana/BA e em abril retornou ao Capelense visando a disputa do Campeonato
Alagoano. Levou o Capelense a decidir o 1° turno contra o CRB no dia 18 de
dezembro, porém, veio a derrota por 2x0. O 2° turno havia sido conquistado pelo
ASA, que contratou mais uma vez Juan Celly para ser seu treinador no 3° turno.
A perda da final do 3° turno para o CSA provocou um Supercampeonato com
partidas jogadas unicamente em Maceió, o que prejudicou a equipe de Arapiraca,
que não conseguiu o título.
Em
1969, comandou o Penedense no Campeonato Alagoano e levou a equipe de Penedo/AL
a um modesto 5° lugar, com 3 vitórias e 5 empates em 11 jogos. No 2° semestre,
foi chamado pelo Olímpico de Aracaju e conseguiu levar esta equipe perto do
título do Campeonato Sergipano, mas, não foi páreo para o Itabaiana, que ficou
com o troféu. Entre 1970 e 1972 comandou o Lagarto Esporte Clube, até que em
1972 foi contratado pela Associação Olímpica de Itabaiana. Sua estreia se deu
em 26 de março, dia em que o Itabaiana venceu o Cotinguiba de Aracaju por 3x0
em jogo amistoso no Estádio Presidente Médici. Com jogadores de qualidade, Juan
Celly levou o Itabaiana ao título de campeão sergipano de 1973, depois de
derrotar o Sergipe nos pênaltis no Estádio Batistão em Aracaju no dia 22 de
agosto. Celly teve então três passagens seguidas pelo ASA, sempre delimitadas
por insucessos, sejam do treinador anterior ou mesmo seu. Treinou o time de
Arapiraca de julho a setembro de 1974, de agosto a outubro de 1975 e entre
abril e julho de 1976. Em 1976 assumiu novamente o comando do Lagarto/SE, onde
conseguiu ser campeão do Torneio Início de Sergipe neste mesmo ano, ficando no
clube até 1977, quando saiu para defender as cores do Cotinguiba de Aracaju.
Celly, tricampeão sergipano com o Itabaiana em 1980. |
A
sua segunda passagem pelo Itabaiana teve início em 1978 e terminou em 1981 (após
derrota para o Santa Cruz/PE por 2x0 no Campeonato Brasileiro em 4 de fevereiro),
lucrando o tricampeonato sergipano 1978/79/80 e uma campanha marcante no
Campeonato Brasileiro de 1980, no qual, comandou o Itabaiana na vitória por 2x1
contra o Internacional (atual campeão) em Porto Alegre/RS no dia 23 de
fevereiro. No 2° semestre de 1981, Juan Celly foi treinador do Sampaio
Correa/MA e levou a equipe ao vice-campeonato estadual, vindo a perder a final
para o Moto Clube. Em 1982, o argentino começou sua 7ª passagem pelo ASA de
Arapiraca, passagem esta que começou no dia 06 de junho com a vitória por 3x0
contra o São Domingos e terminou no dia 1 de agosto, após derrota por 2x0 para
o CRB. Ainda em agosto, foi contratado pelo Sergipe, que visava a disputa do
estadual. Celly comandou o Sergipe rumo ao título de campeão sergipano em 1982
(título dividido com o Itabaiana), bem como no Campeonato Brasileiro de 1983,
no qual, teve uma campanha modesta. O Fluminense de Feira de Santana/BA foi a
nova equipe de Juan Celly, vindo a comandar a partir de julho de 1984, quando
se iniciou o Campeonato Baiano, mas, sua passagem não durou sequer um mês e lá
já estava ele de volta ao Sergipe para conquistar mais um título, o de campeão
sergipano de 1984. O Estanciano/SE foi a casa de Juan Celly a partir de 1985 e
depois o Lagarto/SE até 1989. Em 1990, comandou o Amadense de Tobias Barreto/SE
na Série A1 do Campeonato Sergipano, mas, foi demitido. Foi contratado pelo
Olímpico de Itabaianinha/SE para a disputa da Série A2 do Campeonato Sergipano,
vindo a brilhantemente conquistar este título. Nem bem havia sido campeão pelo
Olímpico, foi contratado pelo Confiança já na fase final da Série A1 e também
foi campeão. Treinou o Maruinense de Maruim/SE até 1992, onde se cogita ter
encerrado a carreira.
Juan
Francisco Celly faleceu aos 85 anos de idade em Aracaju no dia 11 de julho de
2015, vítima de problemas de saúde agravados pela diabetes. A filha Viviane e o
genro Jorge residem no bairro de Novo Paraíso na capital sergipana.
O Blog do Mequinha agradece a Marcos Nascimento do Blog do Marcão e a José Matheus Tavares de Lima (administrador de uma página da Associação Olímpica de Itabaiana no Facebook) pela ajuda que tornou possível esta publicação.
As postagens dos ex jogadores do Américas estão ótimas. Parabéns Bruno.
ResponderExcluirValeu Marcos.
ExcluirAINDA ACHO O BRUNO UM ÓTIMO JORNALISTA VIU.
ResponderExcluirME EMOCIONEI COM A HISTÓRIA DESTE ANTIGO JOGADOR,QUE SÓ O VI COMO TREINADOR NO INICIO DA DÉCADA DE 80 PELO SERGIPE.
SUCESSO BRUNINHO.
Marcão mito dos mitos! kkk
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