Mequinha 2025 — ponte pra Olinda, ponte pra África


Senta que lá vem história boa. O América tá de volta ao noticiário como a gente gosta: bola rolando na A2, bastidor trabalhando e um projeto que quer tirar o pó da camisa centenária e botar brilho de novo. O CEO Joaquim Costa abriu o jogo no programa Fórum Esportivo da Rádio Jornal e a gente transformou em crônica esmeraldina: do Grito da República em Olinda ao Brazilian Bridge Camp lá em Lagos, na Nigéria.

Quem é o homem da virada

Pra quem ainda não ligou o nome à pessoa, Joaquim Costa (foto)  não caiu de paraquedas na Estrada do Arraial. Até pouco tempo atrás era diretor de Estratégia e Projetos Especiais do Náutico. Antes disso, foi diretor de Comunicação, Marketing e Comercial do Timbu (2022–2023). Chegou ao América em 2024, quando o clube estava na reta final da Série A3, e trouxe consigo a missão de transformar o Campeão do Centenário em SAF.

E os primeiros resultados vieram rápido: no segundo semestre de 2024 o Mequinha conquistou o título da A3, além do vice-campeonato estadual Sub-17, eliminando Santa Cruz, Náutico e Retrô pelo caminho. Hoje a meta declarada é clara: chegar à Série A1 até 2026.

SAF engatilhada

A tal SAF ainda não é SAF no papel, mas já funciona na prática. O clube fez a due diligence, mapeou dívidas, alinhou taxa na FPF e segue com a papelada andando. Investidores? Mais de dez, todos pernambucanos, gente que cresceu vendo o Periquito e que agora quer recolocar o América nos grandes palcos. A dívida é milionária, mas pequena se comparada a outros clubes. E o compromisso é meter grana em três anos, investimento que beira os dois dígitos. A sede, aquela da Estrada do Arraial, segue alugada para pagar trabalhista. O foco agora é construir o futuro.

O futuro passa por Olinda. O plano é claro: ser o time da cidade. O Grito da República é a casa desejada, desde que chegue a vaga na Série A1, e já tem conversa com a prefeitura para ajeitar a estrutura. Ao mesmo tempo, um CT próprio começa a ser desenhado na Região Metropolitana, juntando base, administrativo e até projeto social, com escola acoplada. O sonho é grande e, pela primeira vez em muito tempo, parece palpável.


Scout e gringos na parada

No futebol, a lógica é outra: menos nome, mais encaixe. O modelo vem de Adriano e da comissão, e o scout corre atrás de perfil. Foi assim com Wendel, que apareceu nas estatísticas e hoje veste verde. O mesmo vale para os gringos, que não são moda, mas estratégia. 

O América abriu ponte com a África, especialmente com a Nigéria. Vieram San, Omar e Laurence, e a aposta é ousada: captar, dar rodagem e vender. Teve até camp em Lagos, o Brazilian Bridge Camp, aproximando escolinhas e criando rota de carreira. Joël já foi observado por clubes de A e B, e Omar, um ponta de 19 anos, também entrou no radar. 

O clube trata da adaptação com carinho: tem jogador e membro da comissão que falam inglês e até cursos rolando pra integrar todo mundo.



Base conectada e torcida na espera

A base também ganhou protagonismo. O sub-20 com Abraão Félix joga igual ao time principal, sobe e desce atleta sem traumas e mantém números expressivos: o treinador nunca perdeu no Grito da República e soma dez vitórias contra adversários fora do G4. O caminho é alinhar projeto e aproveitar a vitrine.

Na Série A2, a realidade é conhecida: gramado sofrido, estádio emprestado, jogo de base castigando campo. Nada disso assusta quem veste verde. E se o dinheiro vem da venda de jogador, o clube não esconde: ou você vende atleta, ou vende o clube. A camisa da Kelme custa R$ 249 e esgotou na pré-venda. Pesada pro bolso, mas sinal de que o torcedor tá junto. Quando abre portão, a média gira em torno de 500 presentes, e a ideia é conquistar Olinda pra ampliar arquibancada.

No fim, o recado é simples: o América não promete milagre. Promete processo. Dívida mapeada, SAF ajustando, Grito como casa, CT no radar e ponte com a África aberta. Dentro de campo, modelo claro e scout afiado. Fora dele, identidade e projeto social. Se é pra escrever o próximo capítulo, que seja com a tinta que a gente conhece: camisa pesada, planejamento e ousadia. A ponte já foi lançada. Agora é atravessar.

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