MEMÓRIAS ESMERALDINAS: América 5x1 Atlético Caruaru em junho de 1981

Folha esportiva do Diário de Pernambuco
de 14 de junho de 1981
Em 1981 nasciam o jogador Cléber Santana (campeão pernambucano e da Copa do Nordeste no ano 2000 com o Sport), o goleiro Rodolpho (campeão pernambucano com o Náutico em 2002), o jogador Alemão (campeão pernambucano em 2005 com o Santa Cruz), a atriz recifense Carolina Holanda (Pilar na novela “Da Cor do Pecado” de 2004), o treinador Dado Cavalcanti (ex-Santa Cruz) e o ator norte-americano Jonathan Bennett (Nathan no filme “Despedida de Solteiro em Las Vegas” de 2006). Neste ano faleciam a atriz norte-americana Natalie Wood (atriz dos filmes “Destino Amargo” de 1950 e “A História de Rose Bawl” de 1952), o ex-treinador Alberto Suppici (treinador uruguaio campeão mundial da Copa do Mundo de 1930), o romeno Costel Radulescu (treinador da Seleção Romena de Futebol na copa de 1938), Pelezinho (ídolo e folclórico jogador do futebol de Mato Grosso nos anos 1970), o escritor paraense Osvaldo Orico (autor de “Dança dos Pirilampos” de 1923 e “Arte de Iludir” de 1928) e o escritor e jornalista pernambucano Mário Pedrosa (autor de livros como “A Opção Imperialista” de 1966 e “Dimensões da Arte” de 1964).

Destaque do Diário de Pernambuco à partida América x Atlético Caruaru
O dia era 14 de junho de 1981, um domingo de inverno na capital pernambucana marcado pela última rodada da primeira fase do primeiro turno do campeonato pernambucano e em campo, América e Atlético de Caruaru duelariam, tendo em mente objetivos diferentes. O regulamento determinava que dentre as dez equipes participantes, as quatro melhores estariam classificadas para a 2ª fase do turno e estando já classificadas as equipes do Santa Cruz, do Náutico e do Central, restava apenas uma vaga, que ficaria ou com o América ou com o Sport Club do Recife (que viria naquele ano a conquistar o 2° título do tricampeonato 1980/81/82). O “Mequinha” tinha dois pontos a menos que o time rubro-negro e, portanto tinha a ingrata missão de vencer o Atlético Caruaru (a vitória valia 2 pontos na época) no Estádio Jefferson de Freitas em Jaboatão e ainda torcer por uma derrota do leão da Ilha do Retiro contra o Santa Cruz, para se classificar no critério número de vitórias.

Lance de um dos gols do América contra o Atlético Caruaru
A partida estava marcada para as 16:30h e teria a arbitragem de Manoel Amaro de Lima, auxiliado por Ernane Carneiro e Elias Damásio. Estariam frente a frente o treinador alviverde, o argentino Dante Jorge Bianchi e o treinador do Atlético Caruaru, Astrogildo Néri, que foi na época de jogador, atleta de Bianchi e muito aprendeu com seu velho mestre, mas agora estaria cada qual do seu lado, em busca do mesmo objetivo. Com a bola rolando em Jaboatão, o América logo nos primeiros minutos mostrou que jogaria para se classificar e foi para cima do tricolor caruaruense com bastante ímpeto, entretanto, é o Atlético que teve a primeira chance clara de gol, nos pés de Soares que chutou para “tirar tinta do travessão” do goleiro Batista do alviverde de Casa Amarela. Logo aos 12 minutos, o árbitro marca pênalti para o Mequinha, abrindo assim a chance do surgir o primeiro gol no Jefferson de Freitas. O zagueiro Gonçalves bate mal e perde o pênalti para a frustração da torcida americana. Não houve desânimo e aos 15 minutos, num chute certeiro de Marcos Costa, a bola foi espalmada para escanteio numa bela intervenção de Dida, goleiro do Atlético. Aos 17 minutos foi a vez de Rivaldo soltar a bomba e Dida mais uma vez apareceu no lance para garantir a nulidade do placar.

Ilustração de América x Atlético Caruaru no Estádio Jefferson
de Freitas em Jaboatão em 14 de junho de 1981
Aos 30 minutos o zagueiro atleticano Chiquinho escorregou ao rebater a bola, deixando-a para Givaldo que correu, driblou o goleiro e tocou para o fundo das redes. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 1X0 ATLÉTICO CARUARU e fez a festa a torcida jaboatonense. Não demorou muito, pois aos 34 minutos Rivaldo cruzou para dentro da área, ficando a bola com Valdir que aproveitando o vacilo da defesa caruaruense, livre de marcação aumenta a vantagem do campeão do centenário. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 2X0 ATLÉTICO CARUARU. Aos 44 minutos de jogo, o zagueiro Mário do Atlético faz falta violenta e é expulso de campo pelo árbitro Manoel Amaro e o primeiro tempo terminou com o América na frente. No Atlético, o treinador Astrogildo Néri no intervalo optou pelas entradas de Edílson e Gilberto nos lugares do meio-campista Cláudio e do atacante Daniel.

Folha do Diário de Pernambuco
destacando a vitória americana
Segundo tempo de bola rolando e logo aos 8 minutos numa fulminante arrancada de Marcos Costa pela esquerda, este cruza a bola que desvia no zagueiro atleticano, sobrando para Givaldo que com um leve toque venceu o goleiro Dida que nada pôde fazer. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 3X0 ATLÉTICO CARUARU. Aos 15 minutos Rivaldo na entrada da grande área soltou o foguete e a pelota explodiu violentamente no travessão do goleiro Dida, agitando a torcida esmeraldina no Estádio JF. Rivaldo estava com “fome de bola” e aos 25 minutos driblou toda a defesa do Atlético e tendo apenas o goleiro Dida em sua frente, acabou tocando pela última linha. Dante Bianchi mexe no time e promove a entrada do atacante Régis no lugar de Marcos Costa que saiu aplaudido. 

Palavras do dirigente Celso Muniz sobre o desempenho do
América na primeira fase do primeiro turno
O tricolor de Caruaru não estava morto e aos 35 minutos numa falha da defensiva verde e branca, Gilberto manda a bola para o fundo das redes de Batista para descontar. AMÉRICA 3X1 ATLÉTICO CARUARU. Aos 40 minutos em um grande ataque do América, a bola sobrou para Agnaldo que disparou e aproveitando a saída errada do goleiro Dida, deu um toque sutil por cobertura, vindo a encobrir o goleiro para fazer o gol mais bonito do jogo. Festa em Jaboatão. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 4X1 ATLÉTICO CARUARU. Para encerrar a goleada, Rivaldo recebeu após falha da zaga tricolor e mandou a bola para o fundo da meta aos 43 minutos do segundo tempo. É GOL DO AMÉRICA! AMÉRICA 5X1 ATLÉTICO CARUARU.

Trecho do jornal que descreve a tensão
sobre o resultado do clássico
A vitória não era o bastante para o América. Jogadores, o treinador e os dirigentes Celso Muniz, Fernando Fraga e Rui Ferreira seguem rápido para os vestiários para escutar no rádio o placar do clássico das multidões. O Santa Cruz estava vencendo o Sport pelo placar de 2x1 e faltando mais de 10 minutos para terminar, a pressão rubro negra era incrível. A aflição tomou conta de todos. O goleiro Batista (nu) passou o tempo ajoelhado rezando para o Sport perder. Final de jogo. Explosão de felicidade nos vestiários do Estádio Jefferson de Freitas e todos se abraçaram gritando América... América... América... E festejando a classificação para a 2ª fase. 

Palavras do treinador argentino
Dante Jorge Bianchi ao final do jogo


Dante Bianchi agradeceu a todos, principalmente a aquele que o levou para treinar o América, o Sr. Rubem Moreira e disse que mesmo com 71 anos de idade, ainda tinha trabalhos a prestar ao futebol. Celso Muniz, eufórico, engrandeceu o empenho dos atletas e viu isso, como uma prova inconteste de que a boa campanha na Taça de Prata não foi sorte e sim, o resultado da união de um elenco. Na preliminar válida pela categoria de juniores, o Atlético Caruaru venceu o América por 2x1 e a renda daquela tarde de futebol foi de 51.550 cruzeiros para um público de 466 torcedores. Os atletas de América 5x1 Atlético Caruaru no Estádio Jefferson de Freitas em Jaboatão foram os seguintes:





AMÉRICA:
Batista;
Gonçalves, Nilo, Geraílton e Escada;
Williams, Rivaldo e Givaldo;
Valdir, Agnaldo e Marcos Costa.

ATLÉTICO CARUARU:
Dida;
Marinho, Jorge, Mário e Chiquinho;
Assis, Domir e Cláudio;
Daniel, Mico e Soares.




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