América-PE
Campeonato Brasileiro Série D 2016
Galícia-BA
Série D
América e Galícia: 71 anos de história e coincidências
Domingo que se aproxima marca a estréia do América no Campeonato Brasileiro da Série D. Algo que até pouco tempo atrás era difícil de imaginar até mesmo para os mais otimistas dos torcedores americanos. Sem o aporte financeiro, sem patrocinadores e com diversas incertezas pelo caminho, a vaga na Série D que estava assegurada dentro de campo quase não virava uma miragem aos olhos de sua torcida.
E será neste domingo que o América entrará em campo para continuar a retomar seu espaço perdido no tempo. É contra o Galícia, que embora esteja mandando seus jogos em Jacobina no interior baiano, é de Salvador e com uma história bem semelhante a nossa, vários anos licenciado ou disputando a divisão de acesso do estadual por longos 14 anos. E em meio a crise financeira volta à disputar o Campeonato Brasileiro depois de 19 anos. São várias as coincidências com o nosso América, que assim como o time baiano passou 15 anos longe da primeira divisão estadual e voltou em definitivo para ela em 2013, isso sem contar o hiato de 25 anos sem disputar uma divisão do Campeonato Brasileiro.
Excursão do América na Bahia foi digna de aplausos baianos, segundo o Diário do dia 11 de abril de 1945 |
Coincidências a parte, contam-se nos dedos as vezes que americanos e granadeiros tiveram seus caminhos cruzados. Ao todo, foram três confrontos entre os anos de 1945 e 1956. E isso mesmo levando-se em conta que há décadas atrás, ainda na primeira metade do século vinte América e Galícia eram uma das forças de seus respectivos estados. Enquanto o América fora campeão pernambucano em 1944 e vice-campeão no ano seguinte, o Galícia conquistava o tricampeonato baiano, faturando os títulos nos anos de 1941, 1942 e 1943, além de dois vice-campeonatos nas duas temporadas seguintes. E durante este período, em 1945, que o Campeão do Centenário foi a Salvador em uma excursão enfrentar não apenas o Galícia, mas também diante do Bahia, Ypiranga e Vitória.
Uma excursão de sucesso que fez o Periquito da Estrada do Arraial encher os bolsos, levando para Boa Terra uma delegação com 20 pessoas e colocar em seu caixa 15 mil cruzeiros por jogo. Enfrentando as principais equipes baianas da época, o América conquistou a simpatia dos torcedores soteropolitanos, principalmente depois que entrou no Estádio da Graça com cada atleta alviverde vestindo a camisa de um clube baiano.
E diante dos Granadeiros, veio a primeira vitória desta excursão, vencendo os azulinos por 2x1. A narrativa de toda esta partida já foi contada aqui no Blog do Mequinha em uma das edições das Memorias Esmeraldinas. Tal foi o impacto da vitória e do futebol apresentado diante do time da colônia espanhola de Salvador que mais tarde o clube da Estrada do Arraial fora convidado para enfrentar o Ypiranga - clube mais popular da Bahia naquele período -, o Bahia em dois jogos, que na época era o campeão baiano da temporada e o Vitória, que estava voltando de uma excursão em Sergipe.
E diante dos Granadeiros, veio a primeira vitória desta excursão, vencendo os azulinos por 2x1. A narrativa de toda esta partida já foi contada aqui no Blog do Mequinha em uma das edições das Memorias Esmeraldinas. Tal foi o impacto da vitória e do futebol apresentado diante do time da colônia espanhola de Salvador que mais tarde o clube da Estrada do Arraial fora convidado para enfrentar o Ypiranga - clube mais popular da Bahia naquele período -, o Bahia em dois jogos, que na época era o campeão baiano da temporada e o Vitória, que estava voltando de uma excursão em Sergipe.
Um ano depois do primeiro duelo, o América voltava a Salvador em uma nova excursão. Segundo o Diário de Pernambuco o América não precisou se esforçar muito pra sair do Estádio da Graça vitorioso, vencendo os donos da casa e atuais campeões da Bahia por 3x1, com dois gols de Djalma e outro de Zezinho. Leça que anos depois faria seu nome no Bahia também se destacou, defendendo um pênalti de Cacuá.
O último encontro entre as duas equipes aconteceria dez anos depois pela ultima rodada da Taça Pernambuco-Bahia. Na Fonte Nova o América foi derrotado por 3x2 em um jogo bastante movimentado onde o América após ter perdido o primeiro tempo por 2x0 nos primeiros 20 minutos de jogo, o Campeão do Centenário conseguiu empatar o "prélio", mas acabou no lance final sendo derrotado, sofrendo o gol derradeiro aos 44 minutos do tempo complementar.
Destaque do Diário de Pernambuco na edição do dia 06 de março de 1956 |
Depois de um hiato de 60 anos, as duas equipes voltam a se enfrentar. Um Galícia e América sem aquela mesma pompa dos anos 40 e 50, mas com as duas equipes compartilhando das mesmas dificuldades e da mesma vontade de buscar dias melhores.
Nenhum comentário
seu comentário vai ser analisado,necessário deixar contato