História: Dequinha sensação do América

Quem viu jogar jogadores clássicos como Domingos da Guia, Fausto, Artur Friedenreich, Danilo Alvim e mais tarde Ademir da Guia, Rubens, Chinezinho, Nei Conceição, Carlinhos, Geraldo, Paulo César Lima e Mário Sérgio, certamente conheceu Dequinha, o primeiro e mais perfeito “maestro” do rubro-negro da Gávea. Nascido em Mossoró, no Rio Grande do Norte, no dia 19 de março de 1928, José Mendonça dos Santos, o Dequinha, surgiu para o futebol profissional brasileiro vestindo a camisa do Atlético de Mossoró, clube onde jogou de 1945 a 1948. No ano seguinte (1949), aos 21 anos, Dequinha ingressou no Potiguar e, no ano seguinte (1950) foi contratado para defender as cores do América de Recife/PE, clube presidido pelo ex-presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Rubem Moreira. Sem campeonatos brasileiros com a atual programação tão intensa, os clubes do sudeste do Brasil empreendiam excursões pelos diversos estados brasileiros. Alguns como, Vasco da Gama, Botafogo, Flamengo e até o Santos, de São Paulo, excursionavam até por um mês. Nessas excursões, os clubes aproveitavam para observar e contratar jogadores que estivessem se destacando nos estados visitados. Foi assim, em meados de 1950 que o Clube de Regatas do Flamengo, em demorada excursão pelo Nordeste brasileiro, descobriu e contratou Dequinha em fins de 1950. Dequinha defendeu as cores do Flamengo de 1950 a 1960. No começo de carreira, em Mossoró/RN, o garoto Dequinha já chamava a atenção por seu estilo clássico e requintado. Jogando pelo América/PE, tornou-se um sucesso em todo o Nordeste. Sorte do Flamengo que o presidente do clube pernambucano, Rubem Moreira, era flamenguista apaixonado. Assim, dobrou os torcedores que tentavam, a todo custo, impedir a venda do craque. O Flamengo, naquele ano, já tinha na sua formação principal um jogador nordestino. Era o zagueiro Tomires. As referências sobre Dequinha eram as melhores possíveis. O que o jovem jogador não imaginava era que, ao desembarcar na Gávea, por méritos, fosse se transformar num dos maiores ídolos da história rubro-negra. Convocado por Zezé Moreira para a seleção brasileira, disputou a Copa de 1954, na reserva de Bauer. Dequinha atuou oito vezes, conquistando 4 vitórias, 2 empates e duas derrotas. Defendendo as cores do Flamengo, Dequinha foi campeão: Em 1950 - Campeão da Taça Cidade de Ilhéus (BA); Em 1951 - Campeão do Torneio Início do Rio de Janeiro; Campeão do Elfsborg Cup (Suécia). Em 1952 - Campeão do Torneio Início do Rio de Janeiro; Campeão do Torneio Quadrangular do Peru; Campeão do Troféu Cidade de Arequipa (Peru). Em 1953 - Campeão Carioca de Futebol; Campeão do Torneio Quadrangular da Argentina; Campeão do Torneio Quadrangular de Curitiba. Em 1954 - Campeão Carioca de Futebol; Campeão do Torneio Internacional do Rio de Janeiro. Em 1955 - Campeão Carioca de Futebol; Campeão do Torneio Internacional do Rio de Janeiro. Em 1956 - Campeão do Troféu Embaixador Oswaldo Aranha (RS). Em 1957 - Campeão do Torneio Internacional do Morumbi (SP); Campeão do Troféu Ponto Frio (RJ); Campeão da Taça Brasília (RJ); Campeão do Troféu Almana Idrotts Klubben (AIK). Em 1958 - Campeão do Torneio Quadrangular de Israel; Campeão do Troféu Sporting Club, de Portugal. Em 1959 - Campeão do Torneio Hexagonal do Peru; Campeão do Torneio Início do Rio de Janeiro José Mendonça dos Santos, o Dequinha, faleceu no dia 23 de março de 1997, na cidade de Aracaju, no estado de Sergipe. É sempre bom lembrar que, nos anos 50, o compositor Wilson Batista decidiu homenagear, com um samba, os jogadores do Flamengo que ganharam o tricampeonato estadual de 53, 54 e 55. Três deles foram escolhidos para simbolizar a conquista e citados em um verso que dizia: “Flamengo joga amanhã, e eu vou pra lá, vai haver mais um baile, no Maracanã, o mais querido tem Rubens, DEQUINHA e Pavão, eu vou rezar pra São Jorge pro Mengo ser campeão”. Texto: José de Oliveira Ramos Fonte: www.jornalpequeno.com.br

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